25.12.07

you're cutting diamonds with a rubber knife

M.L., eu vou te contar. Que o ano foi bem bom, mas foi difícil abandonar pra sempre o sonho de ser sua mãe. Porque você ia ser a criança mais bonita da escola, sem dúvida nenhuma. Não daquelas arrogantes insuportáveis, você também ia ser nerd. Mas não nerd de internet, você ironicamente não ia ligar muito pra isso. Até a adolescência você ia ser viciada em Buffy, por herança materna. Ia se transformar numa mulher incrível. E como você seria inteligente, meu deus. A ponto de intimidar as pessoas. Ia gostar de ler bastante. Mas ler mesmo, não como essa sua quase-mãe pilantra aqui. Ia ser muito mimada, principalmente pelo tio, que ia te amar de paixão e te fazer ouvir Callas e Piaf desde pequena. Você teria todo o apoio do mundo e ia se dar muito bem em qualquer coisa que se metesse a fazer. Você seria um pouco diferente, mas eu só vejo vantagem nisso. Você cresceria exatamente como eu imagino que a nova geração deveria crescer. Seu sorriso seria radiante e a sua convicção ia mudar o mundo, daquele jeito que ia me lembrar a minha própria juventude. Você ia se apaixonar pela primeira vez, ia ter seu coração partido pela primeira vez...e a gente estaria do seu lado, pra tomar sorvete e jogar papel higiênico na casa dele(a). Em alguns momentos, você ia correr pra sua vó. Ela seria a sua vó descolada, ia te dar cigarros mentolados escondida e vocês falariam de coisas que você não conseguiria conversar com as suas mães. Ela seria completamente maluca por você. Porque os avós são assim. São as únicas pessoas do mundo que continuam achando a gente incrível, quando a gente acha que o resto do mundo sabe o quanto a gente é loser. Você ia adorar Jeff Buckley e tomar chuva, duas coisas que seriam intensamente desencorajadas em pouca idade.
Ia ser assim, eu bem sei. Porque mães sabem essas coisas, elas costumam ser bem sábias. Mas às vezes até as mães têm que parar e ouvir o que estão gritando. Te ouvi, você também tava gritando. Não sei se algum dia você vai me perdoar por ter fracassado e desistido. Não sei se você queria que eu tivesse ouvido mesmo, mas os pais acabam decepcionando os filhos cedo ou tarde. Os pais também erram, sabe? É difícil aceitar isso, eu sei. Mas um dia você ia entender.
Você seria tão, mas tão feliz.
Nem nasceu, nem teve chance de crescer. Na verdade acho que o mundo não aguentaria a sua existência. I'm not so sure the world deserves. Mas de tempos em tempos, eu converso com você. Through the hole in the sky.
...
Não comi cocô, não tô falando de inseminação artificial fracassada nem de papéis de adoção que não foram aprovados. E não vou começar aquela ladainha antiga, eu tô falando de um lugar bem diferente do que eu tava no fim do ano passado. Isso é só sobre sonhos e ter que desistir deles. Podem parar de revirar os olhos.
...
E que em 2008 eu me apaixone de novo. Queria muito dizer que meu coração virou pedra, mas não é verdade. Queria dizer que, por causa do que aconteceu, eu nunca mais quero me apaixonar. Mas não é verdade. É justamente por causa do que aconteceu que eu quero me apaixonar de novo.

Mais...

22.12.07

i’m gonna put my family back together again

Não fui eu que mudei a minha vida em 2007, né. A correnteza me levou e eu deixei. Desde o começo do ano até agora. Parei de lutar e fui. Porque às vezes a gente tem medo de ser feliz e superar as coisas. Eu não sei muito como agir quando tô feliz sem estragar tudo. Mas tô indo bem, ao que me parece.
O ano começou no maior hedonismo que eu já presenciei. Olhando pra trás me dá um alívio gigante por ter passado. Temporadas no interior, muito Be your own pet. E meu truc-mor, jurando que conseguiria bancar um relacionamento. Só varrendo pra debaixo do tapete. Num consigo fingir por muito tempo e logo aceitei que eu precisava ficar sozinha pra fazer isso direito.
Aí meus avós adoeceram e eu descobri que sou meio capaz de cuidar de alguém, por mais vertigem e fraqueza que eu tenha. Acho que foi a grande diferença do ano, essa aí. Que me fez acordar e parar de correr. É só parar e respirar fundo que a vertigem passa, o mundo não acaba.
Agora a minha vó tem esqueleto de adamantium e meu vô sobreviveu ao reparo do coração partido. Se eu não usasse isso como exemplo, que bela bosta eu seria. Tão ótimos, os dois.
E eu, né. Com um emprego que me surpreende a cada dia, que me diverte e me faz crescer de jeitos bem engraçados*. Com amigos incríveis**, shows ótimos, meus seriados, minhas coisas. Tranqüila como há muito tempo não ficava, responsável como há muito tempo não queria ser, tentando como há muito tempo não me deixava tentar. Solteira em recuperação, no caminho certo. Acordando cedo, bebendo ainda, fugindo do sol e fã de Buffy. E retardada as always***.


* o melhor de tudo são todas as 4 ou 5 formas de ironia envolvidas nisso tudo.
** 2007 também foi o ano em que me acostumei a vê-la. E ela nem sabe, mas a gente tá preparando a mudança pra São Paulo. Porque não tem x men sem professor Xavier. Não existe divisão do interior da escola dos mutantes, é tudo unificado numa só.
*** é importantíssimo destacar que apesar disso tudo, ainda tenho a maturidade emocional de um bolinho de bacalhau (tradução abrasileirada da fox, que saudade). Talvez não dê pra perceber aqui, mas quem me conhece sabe. Que na verdade eu sou a mesma demente de sempre. Bah. Claro que dá pra perceber por aqui. Pegael.

Mais...

18.12.07

why not take all of me?

Tava fazendo um teste. De tipo só fazer post não-diarinho. Não saiu nada e isso aqui ficou meio largado quando na verdade um monte de coisa aconteceu. Tipo conhecer a melhor festa de meninas até agora. Num casarão no Morumbi, com mesa de bilhar, piscina, loungezinho ao ar livre, porão pra banda e tal. É uma casa mesmo, não é buatchy. Música ótima (Cardigans, Peaches, Kills, CSS, Nouvelle Vague...), bebida barata, gente linda e pheena, banda incrível (mistura de MAM e s-k). Climinha de festa íntima sem ser íntima demais. O único problema foi ouvir uma criança chorando dentro de um dos quartos da casa (!) enquanto todo mundo bebia e fumava maconha. Me senti tão mal por estar bêbada naquela hora. Uma coisa trainspotting, sei lá. Até fiquei meio sóbria. O que será dessa criança?
Descobri outro lugar legal na Augusta, não é botecão mas é incrível. Não sei o nome, mas é bem bonito pra quem quiser sair pra um date fofo do tipo 'quero conhecer seus amigos e você quer conhecer os meus'. Recomendo o banheiro, ó.
...
E aí a gente entra em duas questões.
A primeira. Que fica difícil ser uma pessoa séria trabalhando na Consolação. Porque é sair do trabalho e alguém ligar pra sair. O happy hour vira happy week e eu tô nessa há 3 semanas, chegando em casa meia noite pra acordar às 9h. Sem falar na quantidade de dates involuntários que isso envolveu. Tem hora que eu tenho que nenler mesmo.
A segunda questão. Daquilo de escolher gostar de alguém ou não. De existir aquele ponto em que dá pra falar 'eu escolho me apaixonar'. Eu não acho que existe isso. Porque se existisse, não teria tanta gente fudida no mundo. Não acho que dá pra se apaixonar com a convivência, com o costume, com a boa vontade. Nem tem a ver com isso. Tem a ver com as pernas tremerem só de ver, gelar e esquentar ao mesmo tempo só de ouvir a voz, com a dificuldade de olhar nos olhos, com o medo, com as olhadas pelo canto do olho, com o festival de gagueira que só some (se é que some) quando fala ao telefone.
E aí uma banda qualquer numa buatchy qualquer na Augusta resolve tocar All of me e dificultar consideravelmente a minha vida.
...
Mas bom mesmo é o truc que eu me dou, tentando me convencer (sem sucesso) que a cãimbra que me acordou outra manhã foi por usar salto o dia inteiro.

Mais...

12.12.07

i know you say that there's no one for you (but here is one)

Quero só ver até onde eu consigo. Negar o que eu sinto nunca foi uma especialidade minha. Mas tá difícil não fazer isso, como eu falei no post anterior. Muito muito medo*, o que até é meio compreensível. Tá todo mundo me achando besta por ter medo e cautela, mas tá foda mesmo. Falar 'não quero ter um date' (nessas palavras exatas) e no dia seguinte perceber que me meti num double date é demais, nem Freud me levaria a sério. Ia rir na minha cara e me chamar de fanfarrona. Aì eu digo que não pode ter bagunça emocional e que quero colocar limite. No minuto seguinte ignoro a bagagem e dane-se. Saber o que eu quero mesmo é fácil, difícil é eu me permitir conseguir. Tem jeito não, viu.


* é possível gostar de alguém que não tem absolutamente nada em comum com você? Alguém diz que não é possível? Brigada.

Mais...

10.12.07

i guess i already am

A negativa constitui um modo de tomar conhecimento do que está reprimido; com efeito, já é uma suspensão da repressão, embora, não, naturalmente, uma aceitação do que está reprimido.
(#)

Mais...

why would i escape you?

Saber botar limite é adulto? Ou extremamente careta? Alguém me avisa? Tô ficando tão chata que nem eu me aguento.
Semana daquelas de querer que o mundo ande mais devagar. Não tô dando conta mesmo. Ainda bem que eu só tenho uma folga por semana.

Mais...

4.12.07

pimps and queens and criminal queers

Tô ativamente tentando não fazer um post feliz. O problema é que eu não ando sutil, então quase sempre acho melhor não postar. Mas, né, oi. Algumas situações pedem. E aí eu fico feliz por ela ter visto ao vivo no Brasil, nesse fim de semana, porque eu tenho certeza que ela sempre imaginou que metade do que eu falava era truc. Mesmo porque nem eu acredito às vezes. Ela viu que eu tava quieta. Um privilégio, aliás, ela estar ali pra atestar que eu tava na minha. Porque a gente sabe que ela sempre lembra das coisas mais importantes.
Voltando.
Nem x men consegue sobreviver nessa cidade e manter o caráter super-heróico completamente intacto. Tô conseguindo não fazer muita merda porque tô traumatizada, né, já tive a minha época fênix negra. Mas virei a rainha da cara de bunda. E mesmo assim insistem. Depois vira uma bagunça, eu tenho que ouvir 'eu poderia cuidar tão bem de você' e coisas parecidas, e tentar esconder a minha cara de 'q'. Cmo fas amica? É foda quem não aprende*. Eu cansei de viver na bagunça emocional. Como bem diz a niquinha, parece o início dos tempos. Tipo Adão e Eva povoando o mundo, quando só existiam eles e a própria família e pra coisa andar, eles tinham que se comer**. Tanta gente no mundo, meu deus, vamo sair e conhecer gente nova? Juro que tem umas pessoas bacanas lá fora*** e você tá aí, deprimido, de cueca tocando piano enquanto faz o orkut dos amigos de cardápio. Renovando, vamo lá.
Pronto. Tá ficando feliz de novo. Merda. Mas eu já sei. Vou começar a ler Sylvia Plath todo dia. Pegael.




* outra coisa bunita. Ver gente passando pelo que eu passei e ficar tudo tão óbvio. No shades of gray.
** a gente sabe que a história num é assim. Na verdade vocês sabem, eu nem sei direito. Mas acompanhem porque é uma boa comparação.
*** parece impossível, né? Mas te digo que nem é.

Mais...

a mirror has to do for now

Alguém me avisa, vai. Chega de post feliz. Apaguei o último. Ô coisa desinteressante. Enfim, obrigada, meus x men. Vocês se superam a cada fim de semana.

Mais...

2.12.07

if you're feeling way too much, but inside you can't stop

Se toda ressaca for assim, eu nunca mais vou beber. Alguém acode, me bota na rehab.

Mais...

don't want you on your back, i just got on my feet

ela pra trazer cor pra minha vida*. Adeus, tudo-escuro. Agora eu quero é vermelho. Tô falando do monitor mas não só dele, né. O resto fica pra quando eu estiver sóbria e sem sono.
...
Um saco, virei bêbada chata. Eu era bêbada introspectiva, mas agora eu até ligo pras pessoas. Quanta vergonha. E molesto orelha de terceiros. Perdão, todo mundo. I mean that. Acho que isso passa quando eu voltar a ser infeliz.


* ai meu. Eu não queria comentar, mas. O que já tava fácil ficou tão mais fácil. Thank you, baby jesus, pelas ironias desse mundo que me ajudam de uma maneira que só a blogosfera conseguiria explicar. Só aqueles da mesa do bar podem entender o tamanho da minha gargalhada. E a história aumenta sempre. Mas pensando bem, faz muito sentido. Eu não quero ser maldosa com quem eu não conheço, mas meldels.

Mais...

1.12.07

i'm gonna find me a dying river

Só pra registrar que fui dormir antes das 23 horas e que tô acordada há mais de meia hora. Pra eu não achar que foi sonho. Aliás, não tem coisa melhor que acordar com Cowboy Junkies no fim de semana.
É só, fim.

Mais...

29.11.07

you’re gonna keep my soul, it was yours to have long ago

Ela não gosta de aniversário, então eu posto depois. Eu bem acho que ela se matou no orkut por causa disso, conheço a pessoa. Conheço há 6 anos, minha primeira amiguinha virtual. No começo, eu era a assistência técnica dela. O tempo passou e eu comecei a faltar na faculdade só pra alongar o papo. Porque ela é danada, quando começa a falar besteira, fica difícil parar. E eu odeio besteira, né?
É a Dana da minha Alice. Aquela que nem precisa falar quando eu tô borrando*. Aquela que, se eu achar que tô ficando louca ou que mudei demais, vai me encontrar, me olhar e me dar a certeza que o meu coração tá no lugar certo. Que topa minhas saídas furadas e que tem as melhores idéias do mundo. Que se faz de besta como ninguém quando é pra zoar quem merece (adoro!). Que me deu um dos melhores presentes de dia dos namorados ever, quando nós duas éramos duas solteiras largadas pela vida e comemorávamos o dia vendo Thelma and Louise**. Que parece séria, mas é palhaça das mais inteligentes. Feliz aniversário, piniquita amada. Quero quebrar seus ossinhos em breve.
...
Eu acordo zonza, me jogo no chuveiro com raiva, olho pela janela do banheiro. E a relação ódio-amor para com a minha felicidade começa. Céu azulzinho, mais azul que o de Coeur d'Coeurs. Fico feliz. Fico triste por ter ficado feliz, de tão patético que é***. Aí lembro quando/por que/onde vi um céu tão azul assim e refaço a escala de pateticidade. Sabe aquele estado de mais completa tranqüilidade? Eu nem consigo dizer o quanto é bom me ver livre de todo aquele desespero. É muito engraçado. De repente tenho litruz de paciência, cashas d'água de confiança nesse mundo de meu deus, no que eu faço e no que já fiz. Tudo ilusório, claro. Esse carregamento aí veio do além, inventei tudo. Carregamento trazido por trem fantasma. Se alguém vir meu cérebro dando sopa, por favor devolve. Pago bem. Ele tá fazendo muita falta.
...
Todo mundo pronto pra ver e ouvir a Diana Krall cantando rouquinho no parque, enquanto tomamos espumante e comemos brie sobre uma toalha xadrez? Já mandaram os trajes em tons pastéis pra lavanderia? O meu longo tá pronto já.
Catarei perdidos no metrô, se alguém precisar de carona. A mulher vai vir sussurrar aqui no meu bairro, olha que sorte.



* faz tempo que eu não borro, né? Dá até saudade.
** retomei a tradição esse ano, claro. No desenho, ela é a cheerleader e eu, a que tá adorando o barranco. O que me lembra Kundera, né.
*** que porra é essa? Pelamordaxuxa. Alguém anda botando lsd no meu toddynho de toda manhã.

Mais...

26.11.07

one gonna hold my parts and another gonna hold my bones

Você sabe que tá fudido quando o seu maior ato sado-masoquista é ir no Outback comer batata com cheddar e molho super apimentado e aliviar o ardido com frozen margarita. E apimentar o geladinho com molho apimentado. E aliviar o ardido com frozen margarita. E apimentar o geladinho com molho apimentado. Até não aguentar mais. Até acabar a bebida, a comida e vir pra casa dormir quentinho.
Patética.

Mais...

25.11.07

i'd become smoke and hide in your cigarette pack

Sabe aquela sua amiga que adora Ana Carolina e diz que é pelo Seu Jorge? Que fica toda se esfregando na amiga quando bebe na buatchy? Que assiste The L Word só pra saber 'como tá aquela atriz de flashdance'? Que gosta do John Cusack*? E aquele seu amigo que vive contando quantas meninas pegou e de que jeito pegou? Que fica batendo nos outros meninos, pulando em cima? Que acha que se tá bêbado, não conta?
Então. Eu sou pior que eles. Todos eles. Combinados. Porque eu sou enrustida emocionalmente. What would Jaye Tyler do?


* eu acho que ninguém gosta dele por ele mesmo. Pra mim, quem diz que gosta dele é porque gosta da Angelina Jolie, da Catherine Keener, da Minnie Driver. E tem toda a semelhança dele com a k.d. lang, né. Mas what do i know.

Mais...

21.11.07

my desire deeply harnessed in your spine

Eu tinha esquecido como é conviver intensamente com mulher. E já nem quero mais, cansei. Como eu sou só um pouco histérica de conversão, já tava até pegando os sintomas da tpm da menina que trabalha comigo. Foi gravidez tpm psicológica.
Aí no feriado, festa no inferno. Que tava incrível, pra me deixar confusa. Porque às vezes é bem boa, às vezes é um cocô que a gente não consegue aproveitar nem estando bêbada*. Enfim. Esse mês foi boa. E as meninas tavam enlouquecidas, nunca vi isso. Deve ser hormonal mesmo. Porque tavam tudo se batendo, jogando água, cerveja, dando garrafada na cabeça. Na brincadeira, não barracalmente. Tentaram me dar um cuecão na pista e abrir minha camisa**. Eu tô falando muito sério, foi um esquema tocaia. Só por diversão, porque não tem nada de especial na minha cueca (ui) nem na camisa. Tão classudo, eu achei. Bem sétima bê***. A parede quase abriu a minha cabeça, tô com galo. E gente dançando em mesa. Tirando par ou ímpar pra ver quem pega quem. E é engraçado que só mulher pode se comportar assim, se fosse homem já teriam colocado pra fora. Sem contar que, se dois homens tirassem par ou ímpar pra ver qual ficaria comigo, eu ia achar o cúmulo do machismo e bateria nos dois. Aí iam chamar a minha mãe pra dar bronca.
As organizadoras da festa precisam fazer uma enquete sobre o ciclo hormonal das freqüentadoras antes de estabelecer uma data. Tô precisando muito sair com meus amigos homens.
...
Tava com dó de postar e descer o post anterior. Que saco.



* quando eu faço propaganda da festa, é um cocô. Quando eu fico quieta, toca tudo aquilo que eu amo e falo pra todo mundo.
** a minha sorte é que tinha um alfinetinho salvador.
*** a única vez que a minha mãe foi chamada na escola foi quando eu tava na quarta série. Eu tinha batido horrores num menino que tinha apertado a minha bunda. Eu já contei isso, acho. Talvez minha dificuldade em aceitar a minha heterossexualidade tenha a ver com outra história, que eu já devo ter contado aqui. Meu par na festa junina faltou, eu era a noiva. Largada no altar. Aí tive que ser a mulher do padre. Tipo a filha da puta, né. Na verdade, deve ser a raíz de todos os meus problemas em relacionamentos, gays ou heteros. Ser largada no altar. A gente não se recupera disso. Marco Antônio, o nome da bicha que arruinou todas as minhas chances de ser saudável. Um dia preciso contar direito sobre as minhas investidas heterossexuais falidas, é tão patético. Não que as gays sejam menos patéticas e falidas, oi.

Mais...

19.11.07

oi, meu nome é josé e eu sou padeiro

Aí que eu fiquei sabendo que post feliz é uó. Ninguém me avisou. Então tô há meia hora tentando achar alguma reclamação sobre os últimos 3 dias, mas não encontrei muita coisa*.
Uma merda isso de aquecimento global, daqui 100 anos não vai ter mais nada. Uma merda todo dia não ser como ontem (apesar de que todo mundo morreria de cirrose). Uma merda gente fofa e querida morar longe. Uma bosta, isso. Um cocô conhecer ao vivo** pessoas fofas e queridas enquanto tô ressacada, com tríplices olheiras e tremedeira. Uma grande bosta não conviver mais com todos eles. Diarreico isso de ter hora pra acabar. Um cu essa coisa de ser quase anual a ida ao Charm. Tão despropositado quem vem oferecer degustação de pão integral quando tô tomando vodka pura. Uma bosta ouvir cobrança de quens nem têm direito de fazer isso. Mentira, nem é uma bosta, alimenta o ego. Ódio profundo de não ter mais fôlego pra rir e acordar dolorida de tanto gargalhar. Outra mentira, tão bom rir assim descontroladamente.
Ódio de gente fofa!
...
A verdade é que foi o melhor domingo dos últimos tempos. Não sei onde a gente vai parar com os findies, quando eu acho que tá incrível só melhora. De não dar vontade de me despedir das pessoas mesmo. É patético mas quando cheguei em casa, tava completamente desperta, como se estivesse pronta pra sair correndo. Não sei como eu consegui dormir, não queria que o dia acabasse. Incrível desde o começo, quando o moço nórdico fez o príncipe encantado e me pegou em casa. Fofocar sobre a noite anterior, involuntariamente manter a fama que eu injustamente tenho. Beber cerveja, ir chegando gente fofa. E não parar de chegar gente fofa. E não ter combinado nada. E conhecer gente que eu morria de vontade de conhecer. E não saber pra que lado olhar, de tanta gente incrível em volta. E falar de mulher e filmes gays com ela. E piada-internar com ela. E, ew, beber cerveja.
Saber que existem pessoas com as quais eu, justo eu, consigo sentar num boteco qualquer e conversar por horas e horas e horas seguidas totalmente à vontade, sem esgotar assunto e nem ficar esquisito...me deixa extremamente mimada. Porque nunca é tão interessante com as outras pessoas. E aí eu fico assim, sem conseguir dormir. Pateticamente insone. Mas fazia tempo que eu não tinha insônia feliz***, então pegael. Vigésima nuvem mesmo.
E em 2008, vamo derreter essa porra.
Brinks.
...
Tava com vergonha de ser a primeira a postar. Eu ando bem envergonhada.


* claro que isso significa que já já a merda atinge o ventilador e pronto, fudeu. Me deixem aproveitar o momento.
** só nerd fala isso. "Conhecer ao vivo".
*** sempre achei que gente feliz deve ser extremamente superficial ou muito burra. Tô me sentindo as duas coisas, mais que o normal.

Mais...

18.11.07

keep on fighting to remember that nothing is lost in the end

Oversharing. A lot. Então eu só queria registrar que o mundo não aguentaria se ela morasse em São Paulo. Eu ia acabar ganhando na megasena e esse não é o meu destino.
Finalmente ser nerd no meio de gente descolada acabou me compensando. Tem gente que valoriza, né. Daddy jesus, help me. Here we go again.

edit: claro que eu não ter ido parar na delegacia ou no hospital foi um milagre on itself.

Mais...

16.11.07

weeping willow, won't you wallow louder, searching for my father's power

O ruim de ir trabalhar de ônibus é ter que sair de casa com a maior antecedência do mundo. Às vezes chego em cima da hora, outras vezes chego uma hora e pouco antes. Mas é bom porque tem sempre com o que enrolar naquela região.
Hoje entrei no cemitério da consolação. Tava aquele frio incrível e eu tinha uns 20 minutos pra enrolar. A última vez que entrei em cemitério não foi por livre e espontânea vontade. Mas enfim, dez e pouco da manhã e eu tava lá, com um monte de velhinhos. E aí eu fiquei tentando entender se tinha relação entre a data de falecimento e a quantidade de flores no túmulo. Tipo a gente tende a pensar que o túmulo que bomba de flores e é super bem cuidado é de alguém que morreu recentemente. Mas nem é. Então fica tudo pior porque eu imagino aquelas pessoas que vão lá com freqüência cuidar* e tentar embelezar a coisa. E como isso se transforma num ritual mesmo.
Eu nunca fui 'visitar' o meu pai no cemitério. Porque eu nunca achei que ele tava lá, então não faz sentido e tal. Mas foi esquisito quando fui, recentemente, pra cuidar de questões administrativas. Me senti meio culpada por não lembrar direito como era. Tipo um 'nossa, tanta coisa aconteceu na minha vida desde que eu vim aqui pela última vez. E ele não saiu daqui'.
Duh.
E eu me pergunto o que é que as pessoas querem quando deixam vasos e flores e tudo aquilo. Cada um deve ter seu motivo, i guess. Aí piora mais ainda quando eu vejo uns vasos caídos, fico querendo levantar todos e deixar em ordem. Mas eu lembro que não tenho como fazer isso, mal dou conta das minhas coisas. Já é um esforço tremendo eu não sair de casa com a lingerie por cima da roupa. Fico meio angustiada e faço uma nota mental. Se eu ganhar na megasena, meu segundo emprego** vai ser levantadora de vasinho de cemitério.
Quase indo embora but not quite, vi um túmulo com um tipo jesus em cima, em tamanho real, deitado tipo morto. E um cara tipo não famoso (acho, não entendo dessas coisas da fama bíblica) do lado, sufrendo ajoelhado. Caguei no maiô de medo e saí correndo, nem conseguia olhar mais pra trás. Com certeza vou sonhar com essa porra.



* eu sei que tem funcionário do cemitério que cuida e tal, mas colocar flor não é com eles.
** o primeiro vai ser motorista de carrocinha. Vou catar todos os cachorros abandonados e levar pra minha casa. Vou ser a crazy dog lady.

Mais...

14.11.07

and i know these chalk hills will rot my bones

Depois eu digo que mulher é o futuro e as pessoas me olham com cara de 'claro que você vai achar isso, sapatão'. Mas é sério.
O tanque do meu carro tá impossível de abrir. Então cada vez que eu tenho que abastecer, é um parto. Vou de posto em posto pelo bairro pra achar uma alma santa que consiga abrir. Voltando do trabalho ontem*, foi igual. Parei em 5 postos, já com o tanque na reserva. Uns 30 homens, juntando esses 5 postos, tentaram abrir o tanque.
No sexto posto, já sem esperança, uma mulher me atendeu.
E conseguiu. Depois de ser cutucada por 30 homens, chegou a primeira mulher e conseguiu. Eu tô quase fazendo piada de mal gosto, mas agora eu sou adulta. Pegael.
Dei um sonho de valsa** pra mocinha hábil e saí do posto com a sensação de ter descoberto a solução pra humanidade.
...
Ando com tanta dor de estômago. Acho que é reflexo da adulteza***. Será que é por isso que todo adulto é chato? Por causa de dor de estômago? Tô assim desde sábado. Nem sei mais quando a dor é de fome ou de adulteza. Então eu tô me entupindo de antiácido. Viciada. Em antiácido. O que é tão pateticamente a minha cara. No estojo do óculos tem chave de armário, cartão de identificação, óculos (barely), informativos importantes e uma cartela de antiácido. Fica até um pozinho de remédio no estojo (é mastigável e por isso meio despedaçável, eu não consigo engolir bolotas - e nem quadrados for that matter), já já vão me despedir por justa causa.
Como eu sou só um pouco nerd, lembrei do Joe Pitt. Que adorava atiçar a própria úlcera comendo hot dog e tomando coca-cola antes de tomar um gole de Pepto Bismol. E aí lembrei que o sado-masoquismo dele 'acabou' quando ele vomitou sangue e depois deu um basta na relação com a Harper. A partir daí, começou a viver assumindo quem era, sem precisar se punir por isso. Sem vomitar sangue. Sem iludir a minha Harper no processo (não que ela pudesse ser iludida. Não por ele anyway). Conseguindo dar um outro caminho pro desejo, transitando por outros lugares menos destrutivos. Então eu lembrei da conversa dele com o Louis na praia e tento não esquecer que preciso rever.
O Louis e o Joe são dois sado-masôs. O Louis, pessimista e cínico que vive eternamente esperando o fim dos dias (o que até dá pra entender, porque é meio que o fim dos dias pro Prior) e caga all over por causa disso, e o Joe, inocente e inexperiente que quer descobrir tudo mas se sente culpado. Acho que por isso deu certo por um tempo. Em um primeiro momento, o Joe mostra pro Louis como pode ser bacana se encantar com o mundo de novo. E o Louis mostra pro Joe como é ser você mesmo, por mais imprestável que você seja. É legal de ver. Há uns meses revi tudo, tive umas idéias boas mas como tava bêbada, não consigo lembrar de muita coisa.
Não sei mais do que eu tô falando, só sei que me recuso a escrever mais sobre isso sem antes escrever sobre o filme que eu ganhei dela.
E eu muito quero uma garrafinha de Pepto Bismol como a dele. Parece tão gostoso.
...
Quem vai comigo no Mix Brasil? E no Mix Music?
*grilos*



* tão incrível poder falar assim.
** porque eu sou pobre.
*** é brincadeira, não tô achando que cresci só porque agora tenho conta em banco. Faz favor.

Mais...

11.11.07

Tá foda. Tô com vergonha até de post de uma palavra só.

Mais...

cuidado com a cabeça do repolho

Eu até poderia ter vendido alguns pertences* e ter ido ver a Lily Allen ser sarcástica. Poderia ter matado a saudade de um ano e meio do cansei (desde 2004, eu nunca passei um ano e meio sem ir em show deles. No máximo a gente ficou uns 3 meses sem ver). Poderia ter ido conhecer outras bandas, sentir aquele clima de festival que é incrível, rever desconhecidos ilustres.
Mas não fui e não me arrependo. Preferi encontrar pessoas que me são mais significativas que asiul xxxofevol e cia. Pessoas que, quando a coisa apertou, tavam lá. Não há art bitch (inclusive versão xaxado) que tenha estado presente como eles. Então pegael, planet earth. E num é mágoa de caboclo não, eu só trocaria a noite de hoje por uma noite de sexo selvagem com Leslie Feist Sarah Silverman Emma Thompson Paula Little Patrícia Travassos Chan Marshall.
...
Num tô criticando quem foi, pelamordaxuxa. Só tô dizendo que é bom ter as minhas prioridades em ordem. Canelinha, xixi na árvore, strip no carro, cabeça do repolho, vontade de casar, porrada, vontade de casar de novo, poder correr pra alguém que te segura (mesmo sem saber) quando *aquela* música toca...parraíso who?


* tipo o pâncreas ou o coração, um treco inútil assim. O ingresso até era barato.

Mais...

9.11.07

black winged roses that safely changed their color

E dá-lhe sonho. Muito medo, mamãe (oi!). Outro dia, duas amigas farfalhentas e queridas entraram pra um festival de música. As duas formaram uma dupla folk (além de formarem um casal, quase tipo Tegan and Sara). O show foi numa farmácia. Enquanto elas tocavam, eu comprei e tomei um frontal. O remédio era tipo aquele chicletão grandão, redondo, de máquina de moeda. Eu lembro de ter pensado 'porra, tomei frontal, vou desmaiar em praça pública. Mas não tô com sono!'.
Enfim, não dormi, vi o show até o final e elas ganharam o festival. Aí uma delas levou a outra pra conhecer a família. A mãe, que até então não sabia que a filha gostava de mocinhas, ficou muito feliz. E planejou um double date com elas. Muito medo.
De qualquer forma, é melhor do que sonhar que eu catava a Patrícia Travassos.
...
É muito engraçado ter idéias maduras e revolucionárias (pro meu mundo), fico rindo de mim jurando que é truc meu, em mim mesma.

Mais...

7.11.07

you bet your life it is

Tô trabalhando no melhor horário do mundo e que não vai ser meu horário definitivo, infelizmente. Dá pra acordar tranqüila, não pegar trânsito e ver poucas (e muito boas) pessoas. Mas não tô reclamando não, tô é querendo gastar meu dinheiro do transporte em vodka e em uma tatuagem, que finalmente consegui ficar satisfeita com a idéia. Vai ser uma coisa bem rei do cadeião. Mas juro que não é de âncora, não tenho vocação pra Popeye. Tô mais pra Brutus mesmo.
...
É totalmente irrelevante isso, como quase tudo por aqui, mas eu não consigo parar de ver Bionic Woman. Eu ainda vou fazer um post elaborado sobre isso, vocês já tão vendo, né? O tamanho da merda. Já peço perdão antecipadamente, mas quando acho que vou conseguir parar, acontece alguma coisa que me deixa bem 'q'. Tipo tocar uma versão bizarra de Cornflake girl numa cena de bar. Eu assisto esse seriado bêbada, mas conferi pra ver se era alucinação (e não era). Então parem de manipular, faz favor.

Mais...

5.11.07

may god's love be with you, always

O ruim de dormir 10 horas por dia é o quanto eu sonho. Tem acontecido tanta coisa nos meus sonhos que quando eu acordo, fico com medo. Medo mesmo. Acordo agradecendo pelo meu IP ser o mesmo há tipo uns 4 anos (a variação de um número nos últimos 6 meses eu nem considero). Don't ask. Mas até o Johnny Cash tem dado o ar da graça nos meus sonhos. Velhinho e doente, não tipo o Joaquin Phoenix. Outra noite eu make outei com uma atriz veterana da globo. Melhor não falar quem. Mas assustou. Devo ter acordado como a Allison Dubois.
E tudo muito colorido e com música (raramente sonho com música). Acho que meu leite é um dos batizados com soda cáustica.
...
Às vezes tudo que a gente pode fazer é esperar ouvir um "Macaroni".

Mais...

3.11.07

fucking faggot!

Não sei onde eu fui parar, na verdade. Saí do ar nesses dias, de tão feliz. Porque todo mundo merece gostar do emprego. Todo mundo merece conhecer gente incrível. E receber mensagens fofas de amigos fofos desejando boa sorte. E voltar pra casa depois do trabalho tomando chuva, ouvindo a Hope Sandoval te falar sobre um sorriso fatal, ligando pros amigos pra combinar a saída de mais tarde. E receber um sorriso simpático de um estranho fofo de all star laranja. E ser aqüendada por uma menina fofíssima em plena luz do dia, na Augusta. E ter a saída mais incrível dos últimos meses. E conhecer gente sã. E gente louca. E ficar no telefone até 6h da manhã, rindo à toa. E ouvir She wants revenge na menor pista da cidade. E almoçar com pessoas queridas. E ver pessoas queridas felizes. E incorporar 'farfalhar' no vocabulário. E ser chamada de charmosa por pessoas com credibilidade até a próxima encarnação. E ouvir conselhos que ninguém tem coragem de dar. E sair do armário no segundo dia de trabalho. E perceber que tem gente que realmente quer falar com você, a ponto de ligar 14 vezes pro seu celular. E não ter tempo pra blogar.
Minha última semana, que tem sido irretocavelmente perfeita desde o tim feistval festival. Todo mundo merece semana assim.
...
Mas né. Se o meu histórico de relacionamentos amorosos for algum indicativo, agora que eu tô gostando do trabalho é que eu acabo despedida. Quando eu me empolgo muito é que vem o balde de água fria, sempre assim.

Mais...

30.10.07

just a touch of sadness in her fingers, thunder and lightening in her thighs

Aí que eu tô com inveja* dela e vou postar loucamente videozinhos do show da taC rewoP. Não fiz nenhum, mas são todos do dia que eu fui. Ainda não achei nenhum inteiro de I've been loving you too long pra postar, nem de algumas macaquices dela. Achei só um pedacinho de I've been loving..., começa com ela terminando de imitar a Piaf e começando a cantar o primeiro minuto da música. O que é uma pena, porque o ápice é o fim mesmo. Aí tem esse, com som péssimo, dela imitando a Piaf desde o começo, falando da rivalidade entre Rio e São Paulo e de quanto ela gostou de poder ter uma segunda chance em São Paulo porque não tinha ficado satisfeita com o show de quinta feira. Aqui, o fim de naked if i want to e metal heart, pena que o som tá péssimo também. Mas dá pra entender um pouco o porquê de eu achar que um dia ela vai e num volta mais.
Foi difícil escolher um pra botar aqui embebedado, mas acho que esse é o de melhor qualidade. E dá pra ver bem o que ela fez com Silver Stallion, que já era bonita. Muito palhaça e fofa. Toda vez que ela se abaixava assim, dava de cara com as pessoas. Nunca vi um show tão de perto (show do cansei não vale).





Se eu acreditasse em reencarnação, começaria a achar que um cowboy partiu meu coração em alguma vida passada. Ou eu fui tipo uma vaca maltratada.


* que ódio que eu não vou aparecer no documentário. Ódio. Eu até poderia fazer um vídeo de celular falando que meu prêmio de consolação por não ter ido domingo foi receber múltiplas ligações durante hot kiss, pra eu ouvir, e que pelo menos a aqüendação do fim de semana tá garantida. Mas acho patético. Dispensaria qualquer aqüendação pra ver a lambida da etteiluJ (a não ser aqüendação com a própria).

Mais...

28.10.07

i've got these little things, she's got you

Claro que o problema todo começa por eu querer cuidar da Chan. Fico "olha, não se joga assim porque vai dar merda líquida". Tipo, não usa toda a gasolina pra ir porque daqui a pouco você vai ter que voltar. E aí eu não sei se ela tá indo, se tá voltando ou se tá parada. Pediram música antiga. Eu fico precupada, porque ela diz que não canta por ser de uma época em que ela tava fucked up*. Se ela usa tudo, pronto, se fudeu, vai passar a noite toda num quarto de hotel escuro, em São Paulo, no cantinho chorando. Se num usar nada, atriz filhadaputa, fez de conta até agora. Me recuso a ignorar a piscadinha.
Eu acho mesmo que ela não dura mais 2 anos nessa coisa toda. Porque a mulher é maluca. Maluca mesmo. Eu a imagino em 2001 e em 2007. O quanto ela teve que se segurar e se proteger e etc. Num é à toa que é maluca mesmo.
Aí eu vejo que pode ser tipo projeção. Tipo eu comiga mesma, "não se joga, filhadaputa, porque você não vai ter fôlego pra voltar". Difícil saber.
Eu já fui sabendo mais ou menos o setlist do show, mas caralho. Na segunda música, ela mandou todo mundo pra beira do palco (o que ela não tinha feito no primeiro show. Foi tudo num auditório, prestenção). Na terceira música, poof, Billie Holiday. Dor de estômago intensa. Mais pra frente, a seqüência da morte. Metal Heart, She's got you (baixem, é uma ordem. PATSY CLINE, CARALHO!) e Lived in bars. Alimac virou padê. Alimac non ecsiste, o outro diria. "I've been loving you too long (to stop now)". Que coisa mais linda. Na interpretação dela então, meu bom jesus. Saí toda cagada, feliz por não ter ido de calça clara. Ahn? Carro? Que é que é isso? Poça d'água? Ahn?
Filhadeumaputa.
Pra que mostrar blues, soul e country ("same country" haha) pra gente agora? Pra que Hank Williams, Patsy Cline, Otis Redding, Lee Clayton...? Ela me lê, não é possível. Pra que mandar todo mundo pra perto do palco? Obviamente ela ficou com vergonha de chegar até a minha poltrona pra me seduzir. Pra que Billie Holiday? Balancei, tava meio firme até então. Pra que metal heart??? Que é o golpe mais baixo ever. Chorei sim e a filhadaputa viu. Deve ter ficado toda empolgada com o meu choro, mencionou 'not for sale' pros comparsas e eles entenderam que era hora de acabar comigo com Patsy Cline. Com a música do semestre. Eu não sei como, mas a menina do meu lado conseguiu chorar mais que eu. Amicä te enetndö reflitäo888.
Enfim, o que eu quero dizer mesmo é que quem foi sabendo do setlist, provavelmente saiu feliz e cagado. Quem não sabia, se decepcionou. Ah, quem não sabia do setlist dela, faz favor, vai baixar toda a discografia da Patsy Cline e do Otis Redding. Pro seu próprio bem. Esse cd de covers dela vai ficar muito bom. Muito linda a seleção das músicas.
Chan. Não me deixe mais preocupada. Eu já não dou conta das minhas coisas.
...
Mas a mulher brinca, né. Pula. Dança. Faz o Michael Jackson e a Aretha. Interage horrores, dá a mão, fala de São Paulo, se recusa a falar da Feist mas agradece a segunda chance de fazer direito em São Paulo. Com a voz cada vez mais rouca (e por isso, cada vez melhor). Então não tem como sair daquilo triste. Triste por outros motivos, claro, mas não por ela. Não tem como ficar triste com ela. Dá pra chorar mas logo depois ela imita a Piaf e fica tudo bem. Tipo aquela melhor amiga que te diz a maior das verdades, mas depois faz palhaçada pra te alegrar.
Fazia tempo que eu não ficava daquele jeito, perdão pra quem me encontrou. Quando cheguei no auditório, meu coração já tava uma uva passa, de tanta inundação inesperada. Ele foi diminuindo ao longo da noite** até virar uma pedra de sal grosso. E a melhor coisa nessas horas é estar rodeada de amigos mesmo. Pra receber ligação no meio de metal heart, só pra saber se tá tudo ok.
...
E o inferno tava um cocô, perdão pra quem foi por sugestão minha. Podem me xingar nos comentários, eu devo uma vodka pra cada um de vocês. Mas pelo menos lá dentro tinha bebida, tava precisando.
...
Engraçado ver acontecendo com amigos uma coisa que já aconteceu com você. Participar um pouco da coisa toda, ficar feliz junto. Sorte pra vocês aê. E paciência, muita paciência. Se vocês forem 50% do quanto eu fui feliz, vocês não vão nem conseguir dormir. Se preparem.
E é tipo prova de que o universo recompensa, eu tava te devendo mesmo :P



* motivo #1 pelo qual ela seria a minha esposa ideal: o passado limita o repertório dela. Com ela foi pior, porque teve sua época fucked up publicada em todo canto.
** eu não gosto de admitir, mas eu gosto da Vanessa da Mata. Mas shiu.

Mais...

26.10.07

and we'll bust down your door if you're not there

O festival nem começou direito e a loucura já tá no úrtimo:



Chan. Casa comigo. Eu superei a Leslie. É sério.

Mais...

25.10.07

my heart is a worried thing

Eu tô com tanto ódio que não tô conseguindo pensar direito. Que papelão, hein, Leslie? Não tava pronta pra se apaixonar por mim, era isso? Não tava pronta pra assumir um relacionamento sério com uma morena dos trópicos? Era isso? Deu medinho? Pensou na minha inteligência, na minha aparência incrível, no meu gosto impecável e ficou tontinha, foi? Histérica de conversão do caralho, vai tomar no meio do seu cu doce. Tô fazendo um myspace só pra te xingar. "Labirintite" é tipo virose. Desculpa universal. Ódio.
...
Pronto. Passou.
Mentira, não passou. Cat Power como prêmio de consolação é ok. E que linda de substituir. Eu também queria vê-la, como todo mundo sabe. Mas porra. Vai ficar difícil de me deixar satisfeita. Só se a Chan descer do palco, andar até a poltrona L37 e me der um beijo. De língua. Me deixando fazer videozinho pra colocar no youtube. No meio de I found a reason (é, vai ter que cantar essa). Sussurrando 'come come' no meu ouvido. Mas pra uma one night stand só, não quero namorar quem bebe mais que eu.
Tá, não vai ser tão horrível assim. Mas agora tem que mudar toda a vibe da coisa. Desviciar em uma, viciar na outra, procurar setlist, vídeo no youtube. Eu acho que é mensagem do universo. Tipo 'não, não assista um show fofo otimista alegrinho fofo, você tem é que querer morrer'. Reajustar tudo. Quem ia celebrar as esperanças adolescentes, a inundação de sentimentos e a liberdade, as súplicas pra alguém abrir o coração porque vale a pena, as noites longas e insones da juventude e dar esperança pros corações partidos agora vai ter que celebrar o fato de querer ser uma boa mulher e fazer a coisa certa (mesmo que isso te mate), lembrar que já quis ser a melhor, que viveu de bar em bar e que seu coração de metal não vale porra nenhuma.
God help us all.
Tava pronta pra sair feliz e otimista, agora acho que vai ter gente entrando em combustão espontânea mais rápido que os incêndios na Califórnia.

Mais...

23.10.07

secret heart, come out and share it

Você, pessoa amiga que também vai encontrar a Leslie no sábado. Não sabe o que fazer depois do show, além de chorar? Que tal afogar as mágoas na Augusta, na melhor festa de rock (quando toca rock)? E possivelmente ouvir Cardigans, The Sounds, YYY, Juliette, CSS, Tegan and Sara, Luscious Jackson, Garbage, Hole, Sleater Kinney, Nouvelle Vague, Peaches...? E ver menina bonita? O que, num gosta de menina? Num tem problema, tem alguns meninos também. É no Inferno. Passa o Vegas, continua descendo, é na frente do Outs. O lugar é bonito, os sofás são confortáveis, você não vai derreter de calor, o banheiro é o mais limpo que você vai encontrar na Augusta e a dose de vodka é generosa. Dé reau mulher com nome na lista, vinte homi. Sem nome na lista, é quinze e vinte e cinco*. Se te confundi, o flyer.
Não, eu não ganhei nada pra falar isso. É altruísmo mesmo. Kumbaya, my lord. Venham compartilhar histórias, bebidas, quitutes e o que mais interessar.
Tá, vai. Não tem quitute, inventei.



* oitenta e dez. Ou dez vinte, como diria a xxxofevol. Só confundi, né? Pode ignorar essa observação, só 2 pessoas vão entender.

Mais...

22.10.07

our love goes under the knife, the heart was rejected by the host

E aí que eu fui fazer exame admissional. Não queria falar até dar certo e tal, mas enfim. Cheguei no lugar, a mulher perguntou se eu tinha alergia a algum medicamento. Pronto, fudeu, morri aqui. No exame de admissão. Eu nem sei o meu tipo sangüíneo, imagina saber se tenho alergia. É a minha cara, morrer no exame de admissão. Sem conhecer a Leslie, sem emprego, no meio da reconstrução total* do lar que chamo de vida**.
Respondi que não, não era alérgica a nada. Então ela veio com um potinho e tchuf tchuf na minha boca. Falou que minha garganta ficaria grossa e que eu teria dificuldade pra engolir, mas que era normal. Foi embora e me deixou ali, me afogando na minha própria baba. Tava quase indo chamá-la pra avisar que tava partindo dessa pra uma (bem) melhor quando apareceram.
Sentei na cadeira, vi o tamanho do treco. Hiperventilando, com a boca anestesiada, tentando respirar sem me afogar. E o que se seguiu foi uma cena patética de uma tentativa patética de chegar perto da minha laringe. Tentativa um, uargh. Tentativa dois, uargh. Tentativa três, uargh, e a médica me coroou a recordista de reflexos. Envaidecida com o título, relaxei um pouco. Mas aí a moça do tchuf tchuf chegou e tchuf tchuf pelo meu nariz. Não deu tempo de começar a anestesiar e lá foi a médica enfiar uma outra câmera, mais fina (ainda bem), no meu nariz. Descobri que tenho um super desvio de septo, amei isso. Tô colecionando defeitos de fabricação. Ela teve que tentar do outro lado. Foi mais fácil que pela garganta, mas eu não preciso ser lembrada que meu nariz e minha garganta têm ligação.
Enfim, eu posso ser cantora, tá tudo bem. Só me falta ser afinada e perder a voz de moleque.


* pareeeece que as coisas vão voltar pro eixo, se esse emprego der certo. Agradeço demais a paciência de quem aguentou e ainda aguenta a minha imaturidade pra algumas coisas.
** sim, hoje o drama tá gostoso de fazer.

Mais...

21.10.07

teh aborshun noe werk. i wishes it did.

Como se eu já não estivesse me sentindo patética o suficiente, fico rindo disso. É uma mistura de PostSecret e Lolcat, que virou um alechat em inglês.
Ridícula.

Mais...

you need to keep your armour shined

Eu nunca tinha pensado em assistir filme ruim no cinema bebendo. Sessão do começo da noite, vazia, comédia romântica, boa companhia e pitú quente. De repente o filme ficou incrível e eu me vi rindo demais. E como a Michelle Pfeiffer é linda, hein? Ô meu deus.
Depois fomos ficar sóbrios (afinal, eu tinha que voltar pra casa de ônibus) e eu conheci o melhor café da cidade. Pena que não lembro direito onde é, só sei que é na Augusta. Tem botão pra chamar o garçom, pessoas bonitas, mesas na calçada em cima de um deque com aquecimento. A moça da mesa do lado até quis participar da nossa conversa, mas acho que se assustou quando nós dois concluímos que precisamos começar a gostar de homem. Pegou as coisinhas e foi embora.
Aí veio aquela vontade de chocolate. Descemos até o mexicano pra comer taco de banana com chocolate. Tudo melecado, claro, mas perfeito pro momento. Cheguei em casa meia noite, mas o problema de pitú quente é que me deixou bêbada até umas 4 horas da manhã. Tão bom ter amigos pra fazer esses programas bestas mas imbatíveis. Quinta virou oficialmente a losers night out.
...
Haja paciência.
Mulher #1 encarando na buatchy. Perguntei se tava tudo bem, respondeu que sim. Perguntou a mesma coisa pra mim. Respondi que mais ou menos, que tinha acabado de tomar uma cotovelada na têmpora e que provavelmente eu cairia, em breve, naquele chão sujo em um ataque convulsivo. Ela respondeu coisas super nojentas envolvendo o atendimento que ela daria. Saí dali mais rápido do que eu conseguiria dizer 'desenrolaminhalíngua'.
Mulher #2, ex recente da Ana C., puxando papo. E aí, e aí. Que calor, eu falei. Ela perguntou se eu queria ajuda pra tirar a camiseta. Saí dali mais rápido do que eu conseguiria dizer 'the chart'.
Essas mulheres estão tão desesperadas assim, a ponto de vir puxar papo comigo? Tem gente melhor não? Pior ainda, tão desesperadas assim a ponto de vir puxar papo ruim comigo? Não que falar de ataque convulsivo seja a definição de papo bom, mas poxa. Eu definitivamente não sei que tipo de imagem projeto nesses lugares. Só queria ficar no meu canto quietinha tomando minha vodka com gosto de manteiga com canudo preto.

Mais...

20.10.07

forget about your house of cards

Nas minhas andanças por aí, passei por um bairro que eu não gosto. Não é bem não gostar, é ter medo. Passei a pé, o que é pior. Porque é o bairro em que a minha vó paterna e a minha tia moram. Eu já falei milhares de vezes aqui e até eu já cansei desse assunto, mas elas cortaram relações com a gente quando o meu pai morreu. Então eu fico com medo de encontrar e não saber o que falar ou fazer. Tipo se eu xingo, se faço de conta que não vi, se abraço ou se dou um espacate no chão, sei lá. Na verdade eu não precisava andar por lá, tinha outro caminho, mas fiquei com uma curiosidade que não ia passar tão cedo. Aí já era. Fiquei lembrando onde era a locadora que eu alugava fitas de videogame, onde meu cachorro tomava banho, onde era o mercado em que a gente comprava um tijolão de doce de leite que eu amava. E me deu mais raiva, né. Porque eu não sei até que ponto eu devo sentir tudo isso. Imagina eu encontrando a minha avó, que deve ter lá seus 80 anos, e começar a dizer o que eu penso dela? Dizer que mãe nenhuma deve abandonar o filho quando ele tá morrendo? Ou abandonar o filho, ponto? Dizer que o medo dela (que nem beijo mais dava nele) de ficar perto é a coisa mais inconcebível do mundo? Que rejeição de mãe nessa situação é provavelmente a coisa mais podre que eu consigo pensar? Se eu falasse tudo isso, acho que ela me olharia com uma grande cara de 'q'. Mas eu bem que gostaria de ter essa chance, eu acho. Por isso me meti a andar lá. E aí pra juntar raiva com raiva, eu tenho raiva de mim. Porque eu não consigo ver o lado bom da coisa por muito tempo. Não consigo pensar por muito tempo que eu devo a elas o fato de ter aprendido cedo o que é amor incondicional, por elas terem me mostrado o que não é amor incondicional. Aprendido que ser Louis fode com a vida de todo mundo. Quando precisei ajudar muito alguém, não fui Louis (mas fui mais pobre, conta de telefone nas alturas). Aprendido ajudar quem me pede ajuda. Porra, não é como se meu pai estivesse precisando de dinheiro e ela o evitasse. Era a única chance que ela tinha de ficar perto porque no dia seguinte, ele não ia estar mais lá e ela sabia. Aprendido que o meu nível de conforto não deve ser mais importante que a felicidade dos que eu amo. Tá, isso foi a Bette Porter que falou, mas eu já tinha meio que aprendido.
Enfim, é muito rancor que eu não consigo transformar em coisa produtiva e por isso não vou atrás de revê-las. Meu irmão já tentou um ou outro contato. Minha tia bem mais aberta, minha vó parece que meio louca. Claro, né. Tinha que virar a louca do sótão mesmo.
Voltei pra casa não sei como. Com um nó na garganta daqueles que chegam a doer, por um caminho que eu não conheço mas conheço ao mesmo tempo. Tipo aquela música uó da Alanis que você sabe cantar apesar de não gostar.
Se eu achasse que elas entenderiam a ironia (e a sinceridade também), eu escreveria uma thank you note pra elas. Mas nem vale a pena.
Pra encerrar o assunto sem ser tão amarga e resumir tudo o que eu escrevi até agora e o que eu penso sobre amor em qualquer encarnação, essa música linda da Wendy. I could hold all the darkness back for you, but what kind of favour is that to you?
...
Em outra andança, passei perto da casa de um ex. Claro que fiquei pensando em como seria fácil estar com ele ainda. Ricaço, o infeliz. Seria mais uma variação da eu de Tampa. As minhas andanças tão parecendo cortejo fúnebre.
...
Finalmente fiz outro óculos, pra ver a Leslie em HD. O anterior tinha sido roubado com a bioncê. Em 2005. Esse novo é meio roxo, achei engraçado. Mas tem um ar de Winifred Burkle, o que dá todo um charme. Claro que a palhaçada já começou. Eu tiro o óculos automaticamente, sem pensar, achando que o monitor vai deixar de ser azul e voltar ao normal.
Tem armação meio grossa, então tem gente que não vai falar comigo.
...
Falei, falei e não contei a losers night out. Precisa de um post só pra ela.

Mais...

19.10.07

i followed suit and laid out on my back, imagine that

Vamos celebrar o fato de o youtube ter deletado* a minha conta por eu ter postado trechos de seriados (enquanto deixa vários outros usuários uploadearem episódios inteiros) com o vídeo da melhor música do ano. Sim, a melhor música do ano. Pegaeu.




* e agora? Como eu vou ver o clipe de Hustler, do Simian Mobile Disco? Hein? Aliás, você sabe que tá em perigo quando alguém dá a sugestão de brincar desse vídeo quando a música toca na buatchy. Mas é um medo legal, trust me.

edit: deu! Aproveita porque já já os evangélicos denunciam e aí tem que logar pra assistir. Sim, eu tenho quinze anos. Not safe for work, claro. Nem inventa de ver no horário de almoço.

Mais...

16.10.07

i need someone to help me drying, oh, could that be you?

Eu me esforço muito pra manter a imagem que eu tenho aqui na minha rua. Não cumprimento nenhum vizinho, nunca boto a cara pra fora de casa pra ficar no portão* como algumas pessoas, quando alguém passa eu praticamente me escondo.
E aí o meu cachorro resolve que gosta de fugir. Por não ter portão, são pouquíssimos os obstáculos pra ele conseguir escapar. Não é como se ele precisasse ter a planta da minha casa tatuada no próprio corpinho pulguento.
Então toca sair atrás do infeliz. Depois de anos construindo uma imagem de azeda e distante, tenho que me agachar no meio da rua e fazer voz de criança, chacoalhando um pedaço de pão duro ou uma beringela recheada.
E é aí que eu traço o limite. Ontem foram duas fugas bem-sucedidas e eu cansei. Se ele quer fazer o Scofield, que faça. Vou ficar na sala esperando ele voltar. Tão ingrato. Não é como se ele não tivesse espaço pra brincar, eu até tenho um quintal bacana.
...
A minha mãe, dando bronca nele, depois das fugas. Tentando usar lógica:
"Que cê tá pensando da sua vida? E se um carro te pega? Onde é que cê mora, hein? Onde é que cê mora?"


* na minha casa não tem portão, na verdade. É a única casa da rua assim. Mas ela tem teto e nela você pode fazer xixi.
...
edit: pra celebrar o novo hype machine. Agora tá mais bonito e dá pra ouvir em streaming individualmente. Essa é pra quem ainda tem coração:
Tanya Donelly - Keeping You (live)

Mais...

12.10.07

sometimes i wonder
just for a while...

Mais...

11.10.07

girl, why don't you run?

Eu jurei que não ia fazer isso. Prometi pra mim mesma (e pro anônimo, mesmo que ele não saiba), repeti mil vezes que tudo tem limite.
Mas eu não consigo. Sou fraca e admito. Tenho uma certa tendência a auto-destruição e a oversharing.
Perdão, Tyra Banks, mas i'm going in.
Que porra é aquela? Brazil's Next Top Model? Me sinto assistindo Ídolos, mas com gente bonita. O que facilita bastante. Mas mesmo assim. De que buraco saiu aquele diretor das sessões? Eu não sei nada sobre moda, mas desse programa eu infelizmente entendo. E a gente bem sabe que o programa não tem nada a ver com moda.
O que parecia impossível, aconteceu. Me pego com saudades do Jay Manuel e achando a Tyra uma filósofa. Tudo por contraste.
Parece tudo meio de cartolina, comparado com a versão americana. A única vantagem que a brasileira tem, pra mim, é que pelo menos eles ensinam as meninas na passarela (mesmo que o tal do professor pareça o Voldemort. Fico esperando a cicatriz de alguém começar a doer quando ele aparece). Só a Yoanna (antes de ela virar a Regina Duarte) e a Eva, das vencedoras americanas, sabiam andar.
Os jurados brasileiros não acrescentam nada (no mínimo a Twiggy é construtiva e o Miss Jay escracha com razão). É um clichê atrás do outro. E pior, sem sentido. Tipo como se fosse a trigésima temporada de ANTM. Sátira da sátira já.
É como se a Fernanda Motta (who?) sorteasse frases típicas da Tyra pra falar pra cada menina. A super convencida teve que ouvir, no episódio passado, que ela precisa acreditar mais nela mesma. Tipo, oi? Não é nem questão de continuidade de roteiro, é uma contradição completa e absoluta do que eles mostraram até então.
Alguém avisa a Fernanda que quando ela fala "Brazil", soa "Buzuzu". "Você ainda está na disputa pra ser a Buzuzus Next Top Model". O que até faz sentido, aliás.
Ainda bem que algumas coisas são universais tipo burrice, feiura e arrogância. Sempre dá pra contar com brigas por comida, preconceito racial (do jeito que a gente menos espera. Uma menina não gosta de ser chamada de "mulata" porque diz que significa cruzamento de mula com cavalo), panelinhas, muita vergonha alheia e agarramento inocente entre as modelos.
Eu esperava que as meninas fossem mais feias, meio que me surpreendi. Mas as feias são bem feias, eu me sinto mal por rir tanto. Uma parece a April Tuna, de Popular. Meio bicho do mato, acho difícil que consiga passar pela transformação que a (cuidado, foto de gente seminua e bonita!) Shandi passou (a Shandi é a loira). Outra parece uma boneca que eu tinha na infância (é, eu tive boneca, acreditem), mas não lembro o nome. Só lembro que era extremamente cabeçuda e parecia homem. Sugiro uma força-tarefa pra determinar isso. Chorou o tempo todo na eliminação passada, eu ri muito. Provavelmente por medo de descobrirem que ela é She-man.
Uma delas deveria tentar entrar pro Calypso, a Patolino bem que acertou quando a chamou de brega. Foto de revistinha de horóscopo mesmo.
A outra consegue ter mais bochecha que eu. Tá, não vamos exagerar.
Ódio profundo da que tem um metro de quadril. Pra quê mais comida? Chega, né? Fica exuzando o iogurte dos outros. Coisa feia. Mas como o potencial dela de loucura e barraco é alto, tem que ficar na casa mais um pouco.
Eu não fico só exuzando não, eu gosto de umas 3. A minha preferida até fez topless involuntário na piscina. E só pra registrar, ela já era preferida antes disso acontecer. Foi a cara de nerd dela que me conquistou, tá. Tem cara de nerd, mas se transforma nas sessões. Fieeeerce. Me lembrou a Michelle (a da direita!). E ela é a única na foto do grupo que tem cara de modelo. Ali no canto superior esquerdo. O resto tá sentado de ladinho como se fosse soltar um pum, com cara meiga.
A segunda preferida é uma Claire Forlani falsiê. Um fake de Claire Forlani, misturado com uma Olsen. Forcei, eu sei, mas me deixem. It's all about delusion.
A terceira preferida eu sinto que conheço de algum lugar, vou ter que googlar.
Eu quero ver as transformações. Vão fazer a April Tuna chorar, vai ser incrível. Mia Farrow em Bebê de Rosemary nela! E queria muito que a Tyra estivesse no dia da eliminação, ela ia depenar todas as meninas por não se apresentarem como modelos. A única que sabe se vestir é a Karin, aka terceira preferida. O resto, jesus.
A produção precisa urgentemente de idéias melhores pras sessões, trocar todo o corpo de jurados (inclusive a Fernanda) e parar de imitar exaustivamente o ANTM. Claro que comparar é inevitável, mas que tal roubar a idéia de photoshopar um pouco as fotos? Por que não mostra o júri comentando as fotos direito? Bah. Só copiam o que não tem que copiar. Daqui a pouco a mãe da Fernanda vai aparecer num episódio, ou a própria Fernanda vai dar um sermão sobre como ela se sente sendo uma mulher negra na indústria da moda.
...
Em post assim eu fico com um caso sério de Síndrome de Tourette Virtual. vontade de sair linkando fotos de ANTM à toa, sem motivo, just for fun.
Fim.
...
Eu não sou oh so very good looking, claro. Minhas olheiras têm olheiras, meu cabelo tem três cores, meu nariz é bem grande e eu sou gordinha. Mas esse post não é sobre beleza, prestenção.
...
Preciso fazer um blog secreto pra falar disso.
...
Vou parar de ver Pushing Daisies. Meu coração não aguenta, no fim do último episódio ele virou padê. Tenho força pra isso não. Só não chorei porque eu tava com muito calor.


edit: o maior 'q' do mês.

Mais...

9.10.07

the reason i'm not attracted to you is your genitals are on the outside

Com um monte de coisas pra fazer, mas eu precisava fazer isso em comemoração ao quase término da legendagem.
Encontro às cegas da Sharon e do poorbitch. We have a stabbing victim!



Toda essa confusão pra Sharon conhecer a Beth.

Mais...

6.10.07

wish i was your brother so that we could hang

Meu player ali do lado escafedeu-se e eu fico querendo colocar música aqui. Então vou linkar pro youtube, é o que tem pra hoje.
Primeiro uma música que eu sempre ouvia falar, mas nunca tinha escutado. Do Of Montreal, The past is a grotesque animal. Essa versão do vídeo é exageradamente dramática, prefiro a versão original. É mais agressiva e menos piegas. Mas a letra é uma das melhores que eu já vi.
Bem mais pop é o Snow Patrol com a Martha Wainwright. Eu nunca gostei de Snow Patrol, acho genérico demais, mas essa música é linda. E coroa a Martha como a mais talentosa da família, pra mim. Aparentemente tocou em Grey's Anatomy, mas parei de assistir quando deixou de fazer sentido. Enfim, achei sem querer quando procurava a apresentação dela no Jools Holland cantando Bloody Mother Fucking Asshole (vício desde o ano passado). Dessa música (incrível), o melhor que eu achei foi isso (e isso aqui, ela fumando o baseado que jogaram no palco).
Sem esquecer o vício obrigatório do mês em Juliette (acabei de encontrar isso, que fofo) e o revival de The end of the world, do The cure.
E aí tem mais Nouvelle Vague com a Julie Delpy, a nova da Aimee Mann e Hope Sandoval com o Death in Vegas. Nada disso no youtube.
E a Wendy, né, porque eu não vou conseguir parar de falar disso por um bom tempo. Tem pouco vídeo dela lá, mas esse aqui é bem bom. Dá pra ouvir muito bem e ver como ela é linda. Mas o show foi tipo assim, menos os outros instrumentos. A voz dela ecoando numa sala pequena, sem amplificação, é de arrepiar*. E esse aqui é um pedaço da minha favorita.
Achei fofo o que ela blogou sobre São Paulo. No myspace dá pra ouvir 4 músicas. Começa por Black Angus, é a minha segunda favorita**. Aliás, muito fofa também é a bio :

"originally from the prairies of canada, wendy's songs retain her love of wide open space and the longing that such big skies can generate. she is a fan of underdogs, strange cats and brave hearts. these characters are often the centerpieces of her songs which she creates using looped vocals, accordion, and guitar. she has been described as an artist that creates 'deep twisted tales' and 'wise moving music'."


* ela fez a gente uivar e miar. Na verdade podia escolher, ela deixou por nossa conta. Eu uivei.
** eu achei que ao vivo é bem melhor que em gravação assim. Só pra ter noção de como o show é bom. Mas não acho nada ruim o meu cdzinho autografado.

Mais...

nothing like a belly full of stitches to let you know you're alive

O bom de ter amigos próximos é que eles não te deixam perder coisas que não deveriam ser perdidas. Passei os últimos 2 dias ouvindo o quanto a Wendy McNeill é incrível e tuda e etc. Eu só fui no show de hoje porque foi de graça. É, eu sei, muito pilantra. Mas eu compensei. Acompanhem.
Cheguei meio atrasada. Show em livraria, no andar dos livros infantis. Não sabia muito sobre a mulher, só que ela era super recomendada por pessoas que têm total credibilidade comigo. Na livraria, fui seguindo o som. Vi uma porta de correr, fechada. Abri.
Caguei no maiô.
A sala era pequeniníssima. Tinha umas 30 pessoas, ela num palco, sem amplificador nem microfones. E claro que todo mundo olhou pra mim quando entrei. Até ela.
E ninguém me avisou que a filhadaputa era linda! Que ódio.
Ela tava no fim de uma música. Encostei na parede e quase acendi todas as luzes da sala (que tava quase no escuro, coisa linda). Cheguei chegando mesmo. Ela terminou a música e perguntou se eu queria a cadeira que tava no palco. Caguei de novo no maiô. Só consegui balançar os braços. Ela sorriu, começou uma nova música. Só na metade dessa nova música que eu consegui me recompor e pensar em sentar, já que as minhas pernas não me obedeciam mais. Sentei no chão, fúcsia. Eu, não o chão. Do meu lado tava um cara com a filha de uns 3 anos. Que também tava sorrindo, como todo mundo na sala.
O show foi rolando e eu vi que ela não foi fofa comigo porque eu sou oh so very good looking. Ela é fofa. Com todo mundo, até quando não tinha que ser. Ô pessoa simpática. Não basta ter voz de anjo, ser incrivelmente linda e tocar instrumentos esdrúxulos. Tem que ser educada, fofa, engraçada, solícita e goofy. Esqueceu dois pedaços de letras e tirou foto do público.
Tinha criança, cachorro, velho, indie, nerd. Algumas pessoas jogadas no puf mas, ao mesmo tempo, todo mundo que tava lá, tava porque queria estar. Não é fácil reunir tanta gente numa noite de sexta-feira em São Paulo.
Durante o show eu não sabia se chorava, se ria ou se chorava rindo. Ela às vezes vinha perto ou olhava. Nunca vi um show tão de perto, então não conseguia olhar quando ela tava a dois passos de mim. Eu só tinha vontade de chorar mesmo. Ali, na frente de todo mundo, por alguém que tava me contando uns segredos. Se eu me lembro, é meio como se apaixonar.
No fim, eu tava atordoada e fiquei dando volta no quarteirão até lembrar onde tava o carro. Demorei pra achar, fiquei ligando pra todo mundo pra contar o que tinha acabado de me acontecer.
Eu não sabia o que esperar, de verdade. Encontrei uma banda de uma mulher só, com carisma e talento pra apaixonar todo mundo que tava ali. Ela fez isso, ficou muito claro quando todo mundo saiu do show e foi comprar o cd. Comprei dois, um pra pessoa que me indicou. É o mínimo que se pode fazer nessas situações. Quando alguém faz isso com a gente, fica muito difícil retribuir. Porque não tem gesto que dê conta.
Preciso começar a sair de casa usando fralda.

Mais...

3.10.07

but it doesn’t feel like my day at all

Tive que ir pra uns lados da cidade que nunca vou e que não têm metrô perto. Peguei trem pela primeira vez na vida e fiquei deslumbrada. Ar-condicionado super potente, música clássica tocando, uma limpeza que eu nunca vi, segurança pra todo lado. Parecia que tinha entrado num trem pra alguma dimensão paralela. Em dez minutos cheguei onde precisava e ainda pude voltar rindo dos carros parados no trânsito da marginal. A maioria das pessoas do vagão tava dormindo já, em pleno pôr do sol. Fiquei triste por quem tem sono às 17h30. Tipo por já ser o fim do dia deles. 17h30 é quando eu começo a parar de querer morrer e a graça toda começa.
...
Ei, anônimo do ip 201.81.91.83. Esse blog é muito ruim mesmo, eu também não acredito às vezes. I feel your pain. Mas eu sou meio obrigada a ler, né?

Mais...

1.10.07

me, i don't show much

Descobri um bom passatempo pra fila de banco. Ficar olhando os atendentes. Eu acho que moro perto de algum campo magnético importante, porque quase todos os bancários da região são clones de pessoas famosas. É muito sério. Sugiro que alguém comece a marcá-los com números ou algo assim.
No Bradesco, a Little Miss Sunshine trabalha ao lado do Tracy Morgan (que é uma quarentona de cara fechada). A Little Miss Sunshine não faz jus ao nome e tá sempre discutindo com a chefe dela. Maior barraqueira.
No Banco do Brasil tem o Sanjay. Sempre sorrindo e algumas vezes até rindo a ponto de gargalhar. Deve trabalhar maconhado. Ou é gay, né, porque nunca riu comigo. Só com homens, eu percebi. Não que eu pare na frente dele e faça careta pra fazê-lo rir. Pelo menos não intencionalmente.
Do lado do Sanjay, fica uma senhora que ia trabalhar de peruca até outro dia. Armei a maior história de vida pra ela (doença grave, solidão, volta por cima e etc) e eu sou educada em excesso com ela. Por causa dessa vida fantasiosa que ela tem, pra mim. Retardada.
Ao lado da senhora-fênix fica uma outra senhora. Dessa eu tenho medo. Cara fechada demais. Sem falar na cara de reprovação e o 'tsc tsc' que ela solta quando a conta que eu tô pagando já venceu. Dá vontade de denunciar.
No Itaú tem uma senhora que é personagem da Família Dinossauro, que eu não lembro o nome. Mas era um cara bege, chato pra caramba. Iguaizinhos.
O meu banco preferido é o HSBC porque lá trabalha a Luisa, da mtv. Como se isso já não bastasse, ela usa óculos e eu fico nervosa quando ela me atende. Quem trabalha do lado dela é um moço simpático que não parece ninguém famoso mas é igual a outro bancário, do Bradesco. Um dia pergunto se são irmãos.
Fui ao HSBC hoje, preparada pra ficar naquelas filas ridículas. Porque não basta ter pessoas a uma distância muito desconfortável na sua frente e atrás. Não, né. Tem que ter gente em distância desconfortável dos lados também. Um dia saio gritando "Personal bubble! Personal bubble!" e abrindo os braços como unidade de medida.
Mas aí olhei pros atendentes. O cara-simpático-com-irmão-também-bancário tava lá. Do lado dele, uma nova. A Renatinha, jogadora de vôlei. Eu quis a minha mãe.
Mas aí olhei do lado dela, tinha mais uma nova. E meu jesus. Se eu fiquei vesga com a Renatinha, essa me desenvesgou. Ou me envesgou mais ainda. Ela consegue ser uma Mary Louise Parker mais bonita. Só tinha um treco esquisito no cabelo, mas oi né. Não tô reclamando. Fiquei torcendo pra ela não me atender, eu fico muito nervosa com essas coisas. Mas claro que dos três funcionários, ela que me atendeu. Deu boa tarde e eu quase respondi "Onze zero sete", que é a senha do meu cartão. Quando consegui me brecar, devo ter respondido um "hjasbaehbmmuh". Assim de perto, só consegui olhar pras mãos dela. Unhas bem cuidadas, nem curtas nem compridas, mas sem esmalte. Só tinha um brilhinho, que pensando agora poderia ser baba minha. Demorou um pouco porque ela é nova lá, mas nem achei ruim. No fim, falei 'brigada' pro balcão e percebi pelo canto do olho que ela tava me olhando ainda. Subi os olhos e ela sorriu. Caguei no maiô. Devo ter sorrido também, mas não tenho certeza.
Saí do banco, fui pegar o carro e notei que a minha mão tava suja. Ela deve ter sorrido porque eu devia estar com o rosto assim.
...
Percebendo o que eu tenho escutado ultimamente, a minha epifania do post anterior mostrou que eu sou bem lerda mesmo. Adoro quando grudo numa música e só percebo o motivo depois. E não, não tô falando de ãmbaréla ê ê.

Mais...

crawling into the rut with me and holding my chin up

Passei a semana inteira tentando entender como algumas coisas ainda são possíveis. Ao ponto de catatonia, inclusive. É muito fácil esquecer os motivos que fazem as coisas serem do jeito que são. Então às vezes eu tenho domingos assim, em que eu lembro. Lembro o porquê de algumas coisas ainda serem possíveis. O motivo de eu ser assim. Posso escrever horrores a respeito, mas não quero. E de cada 5 posts meus 1 é babando pelos meus amigos, então chega. Só queria lembrar da noite de hoje quando tiver um dia ruim. Lembrar o motivo de tanta alegria. E de tanto sofrimento também.
...
E ele tocou I feel it all, Sometimes always e International Dateline. Como se eu tivesse falado pra ele rezumir ök?/ tudo o que eu tava pensando e sentindo.
...
Passei pelo centro ontem à noite e fiz coisas que nunca tinha feito antes. Tipo andar de carro na calçada da Avenida São João, o que por si só já foi terapêutico. Aí vi umas tendas, achei que hoje teria algum show tipo o do cansei em 2005, quando a gente achou que a Clara desceria de rapel do viaduto do chá. Hoje vi que as tendas estavam montadas pro filme da Julianne Moore. Ela já filmou tipo em Osasco.
Coitada.

Mais...

29.9.07

ãmbaréla ê ê ê ê

Três vivas pra quem consegue transformar lixo em beleza.
Elas transformaram uma música completamente intragável em uma coisa incrível. Acho impressionante banda que consegue fazer cover e parecer que é música própria. Até parece que a Sara perdeu o guarda-chuva preferido, dado pela avó. Poderia estar no The Con. Se não tivesse uma letra infinitamente abaixo do que elas costumam fazer, claro.
E achei a voz da Sara beirando a Bianquice. Já pensou? Troca de esposas?



Achei meio Uh Huh Her também. O que sempre é uma coisa boa.

Mais...

25.9.07

i had a brain that felt like pancake batter

Meg White, Meg White. E aogra amicä???/// Cmö fas??!!!1111one

Mais...

high off the ground, when you're around

Nem tô mais empregada. Nunca estive, aliás. Porque, ao meu ver, pra ser empregada eu precisaria receber. O cara só queria me pagar tipo em fevereiro. E oi, estamos em setembro. Pagaria uns 400 reais no total, por 4 meses de trabalho. Claro que depois eu ia ganhar mais, mas até lá, eu ia acabar recebendo por dia menos que o que um motoboy ganha por hora. Nada contra motoboys, obviamente. Mas eu quero minha parte em dólar.
100 reais por 20 dias de trabalho. 5 reais por dia. Um motoboy ganha 5 reais por hora. Se eu considerar que nem ajuda de custo ele ia me dar, eu, no fim do dia, iria ganhar -9,60.
Fora interromper meu sono quentinho, minhas madrugadas mais que produtivas no msn e dar olheiras pras minhas olheiras. Sem nem falar da sobriedade, né. It hurts.
Devo ter cara de masoquista, não é possível. Parei com isso, alguém avisa. Sou assim mais não. Não sou escrava, ó. Só do amor *violinos*
Eu não tava gostando, isso também pesou. No primeiro dia, durante o almoço, torci pra ser atingida por um assento de privada vindo do espaço. Como eu não tenho essa sorte, pensei seriamente em não voltar mais. Assim mesmo. Foi almoçar e nunca mais voltou. Mas ainda tenho um pouco de consideração, né. Aí pensei em ir num bar e beber aguarrás (o solvente, não a pinga). Mas me deu ânsia.
O bom é que psicólogo quase nunca assina contrato. Apesar de que nem teria o que assinar com o cara. Seria tipo o que? "Eu, alimaC yseehC sedohR, aceito trabalhar em regime de escravidão até quando o Sr. Bizarro quiser."? Não, né. Então pegaeu.
...
Finalmente choveu. Tava me sentindo a Tina Turner em Mad Max.
...
Vou comemorar o fato de ser 7 horas da manhã, eu ter ido dormir na metade de Jericho (umas 21h30) e acordado às 5h30 sem sono. Vou falar do que eu tenho assistido. Jericho não, né, porque passa segunda-feira, é escuro e meio lento. Aí eu durmo mesmo. O Skeet Ulrich é tãooo ruim, mamãe. Sempre a mesma cara. Mesma cara de besouro. E toda semana parece ser o mesmo episódio, de tão pouco que a gente aprende sobre os personagens. Isso me irrita. Tipo flashback de Lost, que mostra sempre a mesma coisa. Oh, o Sayid torturava mas parou. Oh, o Hurley tem azar. O Jack é fucked up. O Sawyer é ladrão com coração de ouro. A Kate não consegue parar de fugir. O Locke tem daddy issues profundos. Já entendemos. Espero (e isso não é spoiler) que Lost adote os fast-forwards de vez, acho mais interessante.
Here we go.
Nessa parte não tem spoiler, tudo que eu vou falar aqui já passou no Brasil. E não me spoilem.
Então. Ando assistindo Big Love, que tem as melhores mulheres da televisão atualmente (Weeds não conta). Como eu amo aquelas três, meu deus. Acho que redime o desserviço que Desperate Housewives faz pras mulheres. Pra quem não sabe, Big Love é sobre uma família mórmon. O cara tem três esposas. Por viverem fora da comunidade mórmon, eles têm que esconder a poligamia. A parte política me enche o saco, o que eu gosto mesmo é ver como as três se relacionam. O marido fica em segundo plano pra mim (surprise, surprise), de tão mais interessante que é a dinâmica entre as três. E tem o plus de ver a Melora Walters completamente surtada. Queria casar com a Barb, fofocar com a Nicki e ter a Margene de melhor amiga.
Tava vendo Dexter pela Fox por estar baixando muita coisa já. Mas não vai dar pra esperar a Fox não. Meu deus, que coisa boa. Eu prefiro muito mais a primeira parte da temporada, quando as histórias eram mais sutis e eles não afogavam a gente em cenas repetidas de quando ele foi encontrado. Claro que a mãe dele era marginal. Claro que ter visto a mãe ser retalhada fez com que ele fosse policial, assassino e perito em sangue. Não precisa ligar os pontos desse jeito, eu fico irritada quando fazem isso. Não precisa mostrar over and over again. No começo da temporada, eu pensava 'não seria legal se fizessem isso?'. E eles faziam. Era previsível mas de um jeito bacana. Depois descambou pro sentimentalismo, principalmente no penúltimo episódio (por mais que tenha sido escrito pelo meu querido Drew Greenberg).
De qualquer forma, tem o melhor casal da televisão, a Rita e o Dexter. A Rita tá no meu top 5 de personagens atualmente. A Julie Benz me surpreendeu muito. Queria ouvir no original, com aquela vozinha dela que deve quebrar a cada dois segundos. Vou baixar.
Como se eu não estivesse satisfeita com o meu nível de nerdice, comecei a ver Doctor Who e Torchwood. Alguém me avisa que, se continuar assim, vou ter minha virgindade de volta.
Um pouco de spoiler. Vou falar do que já passou nos EUA.
Tô atrasada com Weeds. Ter uma vida atrapalhou. São dois episódios só, já já eu recupero. Mas a cena do drive by shooting virou uma das minhas preferidas da temporada (junto com a da piscina e a da dança). Já virou clichê falar que Weeds ainda consegue surpreender. Nunca consigo ver no que vai dar. É sempre 'putamerda, não acredito que fizeram isso. Fudeu agora, já era'. Eu sinto que tô me afogando junto com a Nancy. Não literalmente, infelizmente. Mas é the next best thing.
Baixei o piloto de Reaper, que eu queria gostar. Mas não gostei. Atores ruins, roteiro ruim. De atraente pra mim, só a idéia central e a Delores Herbig* (miss her so). Não vai ter outra chance comigo.
Sarah Connor Chronicles eu vou dar chance pela Lena Headey e pela Summer Glau. Elas têm bastante crédito comigo, então vou ser paciente. A história não me agradou muito, acho que daqui a pouco não tem mais pra onde ir com esse conceito. Mas vamos ver. Pelo menos parece bem produzido.
Bionic Woman é o piorzinho, fora Reaper. Tá que a mocinha é bonita, mas não tem muito mais que isso. Me irrita o fato de que ela só ficou biônica porque o namorado 'deixou'. Ele que escolheu por ela. Pra mim ficou uma coisa 'sou poderosa por causa do meu namorado'. E deus sabe como eu abomino isso. Produção meio pobrezinha, atores ruins. Não vou nem falar de terem contratado o Isaiah Washington, já tô militante o suficiente. Mas gostei de ver a Yokas de novo. E a Starbuck sendo a Faith pra Buffy da Jamie. As duas lutando na chuva foi interessante. Por isso e apenas por isso vou dar mais uma chance.
É uma coisa engraçada. Como era difícil ter seriado bom antigamente. Então era fácil de se contentar com coisas medianas. Os tempos mudaram e fiquei mal acostumada com coisa bem escrita. Mas fica mais fácil de identificar os sem-vergonhas. Ainda mais depois de ver Wonderfalls o fim de semana inteiro. Tô terminando a tradução dos últimos episódios. Quando eu ganhar na megasena (sim, é uma questão apenas de quando), vou gravar os dvds pra todo mundo que entra aqui. É questão de saúde pública, you see.
Acho que tô esquecendo de alguma coisa.

* roubei três lápis do karaokê só porque eles são da marca 'happy time'. Muito bizarro, até a fonte é parecida.

Mais...

19.9.07

you must let me stand or fall

Prestenção. Vocês estão lendo um blog de uma pessoa empregada.
Na verdade talvez eu só tenha arrumado uma ocupação. Eu sou retardada e não perguntei salário. Pelo desespero mesmo. Não aguento mais ficar em casa, na frente do computador, cheirando os pedaços do meu coração como se fosse padê pra tentar reincorporá-lo ao meu organismo. Então qualquer coisa que me tire daqui tá ótimo. Uma conhecida passou meu telefone prum cara. Mandei currículo, meio sem esperança. Fui dormir às 7h da manhã de hoje (por uma boa causa) e acordei com o cara ligando ao meio dia.
Fudeu, né? Fui mesmo assim.
Ele tava procurando alguém recém-formado, mas de 35 anos pra cima. E eu não tenho mais de 35 anos, né. Nem 25 eu tenho. Mas o cara me chamou de exceção e eu tô me achando. Porque ele é fodão, parece. Queria linkar o site, mas não vai rolar. Já já eu consigo alguma inside scoop e descubro se ele tem contador. Mas ele é presidente de um monte de coisa, pioneiro em mais algumas outras, viaja horrores. Me deixou à vontade e eu consegui emular um ser humano. Queria falar mais, de verdade, mas tenho medo do google e sei que qualquer coisa que eu postar, vai aparecer logo na primeira página de busca relacionada ao assunto ou a qualquer aspecto da vida do cara (espero que não seja algo tipo incesto ou piercing genital).
Não sei exatamente o que eu vou fazer lá. Isso me deixa com medo. Como ela diz, não tô conseguindo me ver lá. Espero que amanhã no fim do dia eu esteja com menos medo.
Na hora que saí de lá, quis mandar torpedo pra deus e o mundo, mas só mandei um porque eu nem sei se vou receber salário. Quando o cara fala muito 'não há dinheiro que pague essa experiência', 'não adianta ficar num emprego sem saída pra ganhar 800 reais' ou 'você ainda é jovem', pode significar que ele não vai te pagar. Eu tô com medo. Preciso pagar minhas pilhas pro mp3 player, minha vodka e meus shows. É, eu tô cega de ambição agora. Alguém me segure.
Vou ter que procurar roupas de adulto no meu armário. Talvez eu precise de uma agenda. E aprender a comer verduras. Vai que alguém me chama pra almoçar. Meu deus. E se alguém me chamar pra almoçar?
Pelo menos eu já sei que vale ir de tênis.
Agora vou ali porque já tenho trabalho pra fazer e preciso acordar na hora que fui dormir hoje. Vou ali na rua trombar com um ônibus pra ver se durmo logo.

...

Às vezes me sinto a irmã do Dexter, pedindo ajuda e supervisão pro meu irmão com as coisas da profissão.

Mais...