16.10.07

i need someone to help me drying, oh, could that be you?

Eu me esforço muito pra manter a imagem que eu tenho aqui na minha rua. Não cumprimento nenhum vizinho, nunca boto a cara pra fora de casa pra ficar no portão* como algumas pessoas, quando alguém passa eu praticamente me escondo.
E aí o meu cachorro resolve que gosta de fugir. Por não ter portão, são pouquíssimos os obstáculos pra ele conseguir escapar. Não é como se ele precisasse ter a planta da minha casa tatuada no próprio corpinho pulguento.
Então toca sair atrás do infeliz. Depois de anos construindo uma imagem de azeda e distante, tenho que me agachar no meio da rua e fazer voz de criança, chacoalhando um pedaço de pão duro ou uma beringela recheada.
E é aí que eu traço o limite. Ontem foram duas fugas bem-sucedidas e eu cansei. Se ele quer fazer o Scofield, que faça. Vou ficar na sala esperando ele voltar. Tão ingrato. Não é como se ele não tivesse espaço pra brincar, eu até tenho um quintal bacana.
...
A minha mãe, dando bronca nele, depois das fugas. Tentando usar lógica:
"Que cê tá pensando da sua vida? E se um carro te pega? Onde é que cê mora, hein? Onde é que cê mora?"


* na minha casa não tem portão, na verdade. É a única casa da rua assim. Mas ela tem teto e nela você pode fazer xixi.
...
edit: pra celebrar o novo hype machine. Agora tá mais bonito e dá pra ouvir em streaming individualmente. Essa é pra quem ainda tem coração:
Tanya Donelly - Keeping You (live)

2 comentários:

A. F. disse...

Hahahahahaha... Ai Camila, ri muito com a bronca da sua mãe. Na casa da minha tem 2 cães e é a mesma coisa. Very Funny!!

Anônimo disse...

Quero ser apresentado pro Jean Martin Charcot. Gostei dele!