8.3.07

and stains on my soul

Eu não sei o que tá acontecendo comigo.
Nunca achei que conseguiria cuidar de alguém, mas tô cuidando da minha vó. São poucas horas por dia mas eu ajudo a arrumar a casa, a trocá-la, dar banho e fazer o curativo. Que é a pior hora do meu dia, porque eu tenho uma aflição beirando a psicose a curativos, ferimentos e tudo. Eu acho essas coisas corporais muito vulneráveis, se eu vejo qualquer coisinha assim me dá uma tremenda dor nas pernas (não me pergunte o motivo). De qualquer forma, ela fica me falando 'você não precisa olhar o frankenstein, só faz o curativo'. Só que o curativo é justamente em cima dos pontos. Eu vou, faço numa boa, como se nada estivesse acontecendo. Como se num fosse a minha vó ali, como se ela num tivesse operado, como se num tivesse pino ali no ombrinho velhinho dela. Mas volto pra casa tremendo. Não sei como eu tô aguentando.
O que me leva ao segundo motivo pelo qual eu tô me estranhando. Não consigo mais comer. Fui almoçar, depois de uma tarde especialmente nervosa, e não consegui comer o hambúrguer todo. Todo mundo sabe como isso é raro. Não consegui ficar parada sentada na mesa sozinha, bateu um comecinho de pânico e falta de ar. E tem sido assim todos esses dias. O bom é que tô precisando perder uns 3 quilos mesmo*.
O terceiro motivo é o mais esquisito. Eu não tenho feito nenhuma grande cagada**. Consegui deixar meus hormônios de lado quando precisei e preservei uma amizade que tá me fazendo muito bem (tenho medo de falar isso e ter uma diarréia simbólica). Tô conseguindo aceitar algumas coisas que antes pareciam totalmente absurdas pra mim. De fato, existe lugar pra todo tipo de relação. Ê laiá.
Falando nisso, que época maldita, hein? É um tal de casar que eu nunca vi. Admito com a maior tranquilidade que não tô pronta pra isso ainda (mas admiro quem consegue, de verdade). Se fosse ano passado, ou até 2005, eu já estaria em algum relacionamento destrutivo qualquer, até gostandinha de alguém (but not really) mas querendo me machucar. Hoje eu não vou encarar relacionamento com quem não sabe o que é Cocorosie ou Buffy, ou que acha genial 'filosofar' sobre vivermos na matrix***. Não tô sendo esnobe, mas (pasmem!!) acho que tô tipo me valorizando. Beijar é ótimo, tô fazendo isso, mas tô fechada pra balanço por tempo indeterminado.
Só me falta um emprego. E parar de beber e emagrecer. E voltar a estudar. E tipo montá uma banda.
Tá, desculpa.

...

Alguém mais morreu com o novo do Cocorosie? Cê morreu? Eu morri. Eu acho Werewolf a melhor, ela entrou pro hall de 'músicas pra se ouvir quando brigar com/pensar em/chorar pelos pais', ao lado de A better son/daughter, Playboy mommy e Little trouble girl.
Animals é fofinha também. Quem diria que eu gostaria dos rapzinhos da Bianca.
E com o novo do Arcade Fire? Hein? Gzuz. Esses dois cds não tão me fazendo bem.
Dá pra ouvir Werewolf do Cocorosie e Windowsill do Arcade Fire ali do lado, no player tosquinho do meu podcast. Tem uma nova do Nine inch nails e uma cover nova do cansei também. Tá no programa mais recente.

...

Alô, mamãe.


* na minha temporada interiorana, eu resolvi que se meu intestino se recusa a funcionar, eu me recuso a comer.
** o que não tem nada a ver com a minha recente postura gastro-intestinal.
*** só você pra me fazer rir mesmo, viu.

Um comentário:

Anônimo disse...

nao to conseguindo achar essa Werewolf. e eu nao entendo direito como funciona o negocio aí.