13.5.08

tout ça m'est bien égal

Toda vez que eu reclamo do meu joelho podre, minha mãe sempre responde "é sinal de que você tem joelho". Essa sempre foi a resposta dela pras minhas manhas de dor. Pra me zoar mesmo. Mas, né, mãe é um bicho bem sábio. Se dói, é porque existe. E não tem nada mais reconfortante, seja joelho capenga ou coração capenga. Porque tão ali. E joelhos são importantes, não foram feitos só pra gente bater nos móveis ou ralar quando a gente é criança.
A verdade é que tô velha demais pra me fazer de Ice Queen e brincar de monumento do Ibirapuera. Acho engraçado o meu timing pra tentar ser remotamente saudável e não massacrante. Bem quando sai de moda. Isso aí de chamar pra sair quando dá vontade, tentar fazer tudo direito*, pensar com litruz de antecedência qual a melhor roupa, os amigos que combinam, o cd no carro, gostar do silêncio, o frio na barriga com a possibilidade de encontrar por acaso no meio da rua ou passar pelo bairro...tudo tão last summer quanto pulseira bate-enrola e tênis breaklight.
Idealizar, todo mundo idealiza. É absurdo achar que em algum momento da vida a gente se relaciona com os outros objetivamente. Ou pior, 'realisticamente'. É simplificar demais e tentar racionalizar o que não foi feito pra isso.
Ou, né. Eu me tornei muito mais desinteressante do que eu imaginava ser cabível pra uma vida só. O eternamente possível 'or maybe she's not that into you'.
De qualquer forma, o fim de semana do meu aniversário foi o melhor dos últimos tempos. Não quebrei a tradição de chorar em algum momento das comemorações. Aliás, criei um novo recorde pra choros em buatchy, agora são dois. Pelo menos dessa vez não saí espirrando materiais tóxicos (simbólicos, faz favor, mal aguento vodka) nos outros. Mas não me importo com essas coisas, foi incrível de bom mesmo. Minha mãe me ensinou direitinho. Joelhos são importantes, não foram feitos só pra gente bater nos móveis ou ralar quando a gente é criança.



* claro que isso é totalmente subjetivo. Pra minha nova cachorra, por exemplo. Ela acha que o rapport ideal é fazer xixi. Ela se anima e sai incontinando enquanto pula em quem chega. Jean Martin se empolgou quando a conheceu, achou que ia casar. Se ferrou. Tá dividindo a casinha com uma freak que tem tesão em golden shower. Eles realmente não se dão bem e ela vai ter que ir embora daqui. Mas funcionaria se ele tivesse frieira ou sofresse todo dia queimaduras de águas-vivas.

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