31.5.07

everything i say is a stupid lie

Eu achava que a minha temporada em hospitais tinha acalmado. Desde o começo do ano, eu devo ter ido umas 8 ou 9 vezes. Esse não vai ser um post reclamação, porque como eu já disse, a doente não sou eu então suck it up. Eu queria falar mesmo de como eu sou fraca pra essas coisas. Tudo começou no carnaval, que eu não contei aqui mas rendeu duas idas a hospitais (e uma à delegacia, mas shiu, minha mãe tá lendo. Mãe, é mentira, tá?). Numa das idas, fiquei 3 horas sentada numa cadeira fria esperando uma amiga desembebedar, só porque eu fui a boa alma a ajudar a carregar e etc. Me caguei pouco porque tava com muito sono. Depois teve isso da minha avó, apelidada carinhosamente de vóverine, agora que tem seus 4 pinos no ombro. Hospital público uma vez a cada quinze dias, às 7 horas da manhã. A visão do inferno, de fato. Porque não é qualquer hospital. É hospital especializado em ortopedia. Ou seja. Um bando de velhinhos quebrados em macas, moças cegas acompanhadas de policiais, mulheres histéricas em cadeiras de rodas gritando de dor. E tudo tão apertado. As macas com os velhinhos voavam pra lá e pra cá, os 'enfermeiros' tãoooo delicados, jogando maca em cima de todo mundo. Pareciam jogadores de tetris bem agressivos, procurando lugar pra encaixar as macas. Sempre alguém surtava e brigava com algum funcionário, com a maior razão.
A minha primeira vez. Eu, minha vó, meu vô. Um corredor apertado. De repente sinto uma maca cutucando minha bunda. Olho pra trás. Um jovem, parecia bem. Olho pros pés dele, com alguns curativos. 'Big deal', pensei. Até que a mãe dele contou que ele caiu tipo de uma altura de seis metros. Eu já comecei a imaginar a cena do tombo, fiquei branca, tonta, com calor, falta de ar, pânico, saí meio que correndo e fui sentar. Virou meio que piada entre a gente e depois desse dia, só desci pra parte dos pacientes pra ficar pouco. A minha resistência aumentou, mas comecei a levar meu mp3 player. Sentava num canto olhando pra baixo, rezando pra não ver nenhuma merda muito grande. Nunca ouvia shoegaze, porque é pedir pra desmaiar. Muita distorção e vocal molenga, pá pum pra cair dura no chão achando que tô flutuando numa nuvem. Tinha que ser música agressiva ou extremamente triste pra me manter na realidade. Sleater-kinney funcionava muito bem, assim como algumas do Cocorosie, Tegan and Sara, Cowboy Junkies e Peaches (só ficava meio engraçado ouvir tipo Fuck the pain away nesse contexto, mas acho que era por isso que funcionava).
A vóverine foi melhorando, as consultas ficaram mais espaçadas. Achei que ia demorar pra voltar num hospital. Mas aí, né. Meu vô tava meio que na fila pra operar o coração. Minha vó se quebrou e ele pediu mais um tempo. Deram o tempo, chegou a hora e ele decidiu fazer mesmo. Cirurgia do coração com 78 anos. Fui levá-lo hoje no hospital, vai operar amanhã. Daqui 4 horas e meia, na verdade. Minha mãe vai estar viajando à trabalho.
Eu não sei se eu acho a decisão dele extremamente suicida ou incrível. Maior medo. Comecei a mini surtar quando ele deixou as chaves de casa comigo. Só sei que ele é muito corajoso. Fez piada o dia todo. E eu sou meio mau humorada, por razões que eu já meio que expliquei. Mas hoje foi diferente, né. A gente se divertiu bastante. Mesmo assim, acho que eu tô tão traumatizada que fico achando que tudo que eu faço nunca é bom o suficiente, nem exatamente o que a outra pessoa precisa naquele momento. Que eu poderia fazer mais e melhor. Enfim, eu sou uó. Tudo isso pra dizer o que eu já sabia.
...
Eu não entendo como tem tanta espera em hospital. É o que mais cansa. Se eu tô exausta e passei a noite desconcentrada, imagina meus avós. País de merda. Vida de merda. Quero ver eu conseguir dormir.

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29.5.07

a temporary love on loan

Esse foi um dos primeiros layouts que eu "fiz", em 2002. Não era bem assim, era mais precário ainda (sim, é possível). Mas deu saudade. Então pra provar que eu sou neurótica apegada ao passado, voltemos para tempos mais simples e tranqüilos, quando a minha vida toda se resumia a responder esquizofrenicamente aos estímulos do mundo externo e viver mais aqui dentro do que lá fora. Quando eu, de fato, morava dentro de um sofá.
Se eu tiver paciência, faço um mini revival dos layouts de outrora.

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24.5.07

wash you away, boy

Azedei, né. Mas voltei, com links fofos dessa vez. E que talvez alguém entenda. Geralmente eu faço dois tipos de posts: sobre os seriados que eu assisto e milhares de links pra fotos inúteis (e que a maioria das pessoas fica sem entender); e posts azedos que nem sempre cabem no outro blog (e que a maioria das pessoas continua sem entender). Eu tipo jogo meus posts no vento. Mas não tem problema, é bom voltar à esquizofrenia. How I missed thee.
Enfim, os links. O primeiro é a coisa mais fofa desde o post secret. É um projeto de alguns artistas, entre eles a Miranda July*. Eles dão tarefas pras pessoas fazerem e mandarem evidência quando completarem. E o nome não poderia ser melhor. Learning to love you more. Clica em assignments e prepare-se pra ficar cagado.
O outro link é pro site de divulgação do novo livro da própria Miranda, que é retardada e eu quero que ela tenha meus filhos (depois que a Sarah Silverman não puder mais, por exaustão biológica**). No one belongs here more than you, o nome. Ela inventa cada título incrível e é tipo uma celebração das urls grandes. E só deus sabe como eu amo uma url grande e complicada. Enfim, entra lá e tenta não se apaixonar pela mulher. I dare you.


* pra entrar no site dela, você precisa de um password. Mas é tipo qualquer palavra que você escrever, ela só quer fazer com que você sinta que pertence a algum lugar. So charming.
** o que é bem engraçado, porque a Sarah é o contrário da Miranda. Meus filhos vão ser tipo o Bart e a Lisa Simpson. Um vai ficar bullyingando todo mundo o tempo todo, sendo infame, irônico e ofensivo enquanto o outro vai ser super sensível e artista.

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23.5.07

bem no meio do seu cu

Assim.
Universo Online. Que tal tomar no meio do seu cu? Melhor timing não há.
Vá pra puta que pariu (e leve meu IP fixo junto).
É só.

Tipo vai espirrar. Corre. Tô avisando.

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21.5.07

don't judge me so harsh, little girl

Imagine um lugar uó. Bem uó. Imagine pessoas feias, mal vestidas, fila gigante pro banheiro, chapelaria lotada (nunca vi isso na vida), música péssima e clima pesado. Não, não tô falando da Loca. Eu consigo me divertir em praticamente qualquer lugar, eu sou infantil assim. Mas ontem não consegui*. Se não fosse por ela, teria sido uma noite insuportável (pra ela com certeza foi, porque além de tudo teve que cuidar de mim). Não sei como cheguei em casa. As minhas noites não têm sido nada boas. Sexta foi outra merda, o clima pesa do nada, a dor de cabeça aparece e eu fico exausta sem fazer nada. Aí percebi (ainda bem que meio tarde) que hoje faz 14 anos que o meu pai morreu, acho que explica um pouco da minha semana cocô. Porque nunca um dia é só um dia, é uma merda. É sempre bem mais (ainda mais pra mim, que sou a louca das datas). E 14 anos é tipo uma vida, um adolescente espinhento. Eu caio na besteira de pensar que eu passei mais tempo sem ele do que com. Onde é que eu chego pensando assim? Retardo, só pode. Mas nem que eu não quisesse. Não tem como não pensar nesses assuntos, de tão presentes ultimamente. Eu, que tanto critico a leveza, acho que nem ficaria feio se a vida fosse um pouco mais leve.


* não vou linkar o lugar nem falar o nome porque não quero ver entregador de flyer cair aqui e bater boca comigo. Pegaeu. Tem muita gente caindo aqui, o google tá super sensível comigo. Chegaram aqui outro dia procurando "onde posso achar um gay que queira me comer". E eu queria estar inventando.

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18.5.07

you can be my hero by not letting me down

Aí que a minha mãe foi viajar (mas já voltou). Eu gosto quando ela viaja, mas não daquele jeito adolescente de 'eba, vou pular pelada na cama tomando sorvete e bebendo zulu', como tava no meu msn. Chega uma hora que pular na cama cansa, o sorvete te caga toda (afinal, você tava pulando) e o zulu acaba. Eu gosto porque não tenho que andar pela casa tomando cuidado pra não fazer barulho, posso tomar banho às 4 horas da manhã sem dar a impressão de que sou suicida e fritar bolinhas de queijo antes de dormir, às 6 horas da manhã.
Não que eu tenha feito isso ontem. A outra atravessou a cidade pra assistir seriado comigo e falar merda. E aí eu aprendi que a diferença entre a Jenny e a Rousseau é uma metralhadora na mão*; consegui compreender melhor, através da Tonya, a constituição dos starfuckers e a sua relação com figuras do mundo virtual. E o poder de uma escova, né.
Sinceramente eu não sei como ela me aguenta.
...
Não consigo decidir qual é a melhor música do mês. Acho que a vantagem é da Fight like the night, do Malcolm Middleton. Baixaê. Sugestão da ídala, tá reinando por aqui nos últimos 4 dias. Coisa mais fofa, parece uma mistura de Metric com The Sounds e Cinerama. Óbvio que ninguém vai concordar, mas enfim. Dan, acho que você vai gostar dessa.
A outra que reina aqui no momento, mas em menor escala, é Innocence, do Volta. Muito da boa.
...
Eu adoro como as coisas se equilibram naturalmente. Tenho pesadelado muito, com coisas bem desagradáveis. Aí pra compensar, eu tenho sonhado com pessoas legais. O Malcolm McDowell me visitou. Ele era um professor incrível, de uma cadeira que eu não sabia qual era porque não entendia PORRA NENHUMA que ele falava, uma coisa Xander em Restless. Não deu nem pra ter noção do curso que eu tava fazendo. Mas ele era incrível. Depois, tive mais um sonho com a Sierra e com a Bianca. Eu passava o dia todo no apartamento delas, em Nova York. As duas competiam pra ver quem ficava comigo (não resolveram se juntar, como no último sonho que tive com elas. Nesse, a dinâmica foi mais parecida com o sonho que eu tive com a Mira Aroyo e com a Helen Marnie). Acho que sonhei com elas porque tô querendo postar sobre a prisão. Que eu sei que aconteceu porque elas tavam com conduta incestuosa em público. Mas voltando. Na noite retrasada, quem apareceu foi a Jane Adams. Ela tava numa festa aqui em casa. Tava na piscina. Provavelmente porque vi Aniversário de Casamento de novo, outro dia, e ela tipo nada pelada no filme. Arrasto uma crush gigante por ela desde seus dias de Joy Jordan, que é um dos meus personagens preferidos ever. Mas enfim, não foi sonho-sacanagem, faz tempo que não tenho um desses.
O que me leva ao último sonho, de ontem pra hoje. Não tinha gente famosa. Eu entrava num parque pra assistir um festival de música. É um sonho muito recorrente esse ano pra mim, acho que já foram umas dez noites assim. Sempre alguma coisa me impede de ver os shows. Uma vez esqueci de comprar ingresso, na outra não tinha mais ingresso vendendo. Ontem eu não podia entrar porque tava com o meu cachorro e um bebê no colo**. Mas acabei conseguindo entrar, deixei o meu cachorro do lado de fora, um cara se ofereceu pra cuidar pra mim. Quando eu entrava pro show (que era numa sala de colégio), o bebê sumia mas eu não me preocupava com ele. Era show do Tilly and the wall, acho. Só lembro que eram duas meninas parecidas fisicamente com a Jenny Owen Youngs. Elas ficaram conversando comigo e eu acordei.
Comi cocô.


* ou a Rousseau é a Jenny do futuro. Ela foi remando até a ilha de Lost, cresceu, tomou banho de lama e adotou o sotaque francês pelo trauma que sofreu quando a Claude a largou pra ficar com a Marina. Ela cresceu, se revoltou, começou a falar francês e jura que tem uma filha chamada Alex, por se sentir culpada por ter sido péssima mãe pro sounder. A Alex na verdade a gente sabe que vai virar par romântico da Jenny/Rousseau (a Alex usa flanela, por favor!) numa reviravolta edípica na história. A Ailin adora isso.
** acho que sonhei com isso por causa do episódio de ontem de Lost. O Hurley se ofereceu pra carregar o filho da Claire, mas ele tava com o cachorro na coleira. Lembrei de ter pensado "mas que burro, como é que vai andar com o bebê no colo se tá com o cachorro?". É, eu sei. Eu comi cocô. Mesmo.

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17.5.07

burn every book, punch every friend

sirx diz:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u135477.shtml
alimac diz:
ai! eu adoro aquele lugar
sirx diz:
é o nosso AMA
alimac diz:
eu ODEIO balão..
alimac diz:
AHUAHUAHUAHUAHUHU
alimac diz:
vou postar isso..
sirx diz:
com o emoticon, né?
sirx diz:
por favor
alimac diz:
claro..
sirx diz:
E INVERTE NOSSO NOME!
alimac diz:
AHAHAHAH
sirx diz:
nossos, pq eu não me chamo alimac
...
dois minutos depois...
...
alimac diz:
como eu coiso o emoticon?
sirx diz:
tem que salvar, né?
sirx diz:
e agora?
alimac diz:
num sei salvar, só roubar
sirx diz:
ai que uó
sirx diz:
então não posta
sirx diz:
pq sem o emoticon vai parecer que a gente é retardada
alimac diz:
AHAHAHAH
alimac diz:
calma, a gente vai dar um jeito...a gente é nerd...ajuda a pensar..
alimac diz:
a não ser q eu tire váááários print screens..
alimac diz:
e faça um gif..
alimac diz:
tipo no windows movie maker..
sirx diz:
HAHAHAHAH
sirx diz:
nenli ok
sirx diz:
e se vc usar só o ?
sirx diz:
estático
alimac diz:
ele não é estático! ela pisca!
sirx diz:
sim, mas vc usaria o estático!
sirx diz:
copia e cola no paint
alimac diz:
tá...mas eu tiro print com ela de olho fechado ou aberto? escolhe..
sirx diz:
aberto, né
sirx diz:
ela não é RETARDADA pra sair de olho fechado em fotos
...
dez minutos depois...
...
sirx diz:
já postou?
sirx diz:
quero dormir
alimac diz:
tá indo, tá indo!
alimac diz:
eu esqueci a tag pra botar foto na própria página...ahahaha
alimac diz:
mas já lembrei..
alimac diz:
ou não
alimac diz:
pera
sirx diz:
decide!
alimac diz:
num abriu a foto o_O
alimac diz:
comi cocô, ashke..
alimac diz:
tá indo, calma..
sirx diz:
4 anos e vc não consegue postar uma imagem...
sirx diz:
estática!
alimac diz:
AHAHAHAHAH
alimac diz:
vou ter q botar essa parte no post tb, né?
sirx diz:
não
alimac diz:
vou sim!
sirx diz:
e eu durmo quando???
sirx diz:
daqui a pouco o henrique chega.. e te dita o código, pra vc botar no notepad
sirx diz:
hahaha
alimac diz:
agora! dormedormedorme *voz daquele lá q vc sabe quem é*
alimac diz:
tá tudo mto lerdo aqui..
alimac diz:
vou parar de baixar o pornô..
sirx diz:
FINALMENTE!
sirx diz:
pq vc não posta por email?
alimac diz:
vou cagar de novo, quer ver?
sirx diz:
não
alimac diz:
¬¬
sirx diz:
se vc cagar muito, vou acabar comendo enqt durmo
alimac diz:
AHAHAHHA
sirx diz:
essa é a coisa MAIS NOJENTA que já li na vida
alimac diz:
foooi \o/
sirx diz:
e eu que falei
alimac diz:
pera..
alimac diz:
AAHAHAH
sirx diz:
sirx crow
alimac diz:
pára de falar se num quiser q eu demore mais! vou ter q ficar adicionando coisa!
sirx diz:
vou ficar falando sobre cocô.. pq aí vc não pode adicionar lá
sirx diz:
cocô cocô cocô
...
É, eu sei que eu só dou risada. Mas ela tava inspirada.

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6.5.07

i'm a slave i'm free

Há cinco minutos. Eu e a minha mãe no corredor. Ela, acordando pela primeira vez. Ela dorme às 20h e acorda umas 2h. Vai pra sala, assiste algum seriado ruim e vai dormir de novo tipo 3h da manhã, pra acordar de vez às 5h30. É quase um bebê, pensando assim, menos a parte do seriado ruim. Apesar de que o programa que eu assistia involuntariamente quando era criança, entre as minhas dormidas, era o programa do Clodovil. Uma das minhas primeiras lembranças de criança é o Clodovil desenhando vestido de noiva. O que explica muita coisa, se eu parar pra pensar. Voltando. Eu, perambulando inquieta pela casa, no auge da minha angústia emo-existencial-amorosa-loserdeummodogeral e tendo certeza de que só vou conseguir dormir tipo terça-feira. E ela diz:


Filhadiumaputa que não dorme! Vai dormir! Já pra cama! Depois fica doente, com febre, toda cagada* e não sabe o motivo! Filhadiumaputa que não dorme!


Agora só saio do meu quarto com uma câmera digital. Queria ter gravado pra colocar no youtube e provar que existe um motivo pelo qual eu sou doente assim. Estranhamente, eu provei isso em seguida. Desci, fiz um chá, sentei um pouco no sofá com duas colheres nas mãos (pra amassar comprimido, eu não engulo...e faz favor de parar de rir). Quando vi, eu tava tampando os olhos com as colheres, toda vez que ela falava comigo. Não me pergunte o motivo, mas me pareceu extremamente cabível. Sim, eu tenho oito anos e quero uma bola de futebol de capotão. E girls suck.
...
O filme desse vídeo é o Eu, você e todos nós. Odeio ter que bloquear meu próprio blog e não poder responder comentários.
...
Tô atrasada, eu sei, mas alguém me explica o que é essa música? Faça um favor a você mesmo e entre nesse link, leia a letra. É tão desesperada e dirrty e emo e dramática e dirrrty de novo e auto-destrutiva...tem meu nomezinho estampado. É engraçado quando eu acabo descobrindo coisas mais antigas e percebo que tudo que eu gosto hoje em dia tem o seu equivalente (ou muitas vezes superior) antigo. Tipo quando conheci Velvet Underground e me apaixonei na hora.
Então me explica. A mulher tem outras assim, de deixar completamente cagada? Pufavô? Brigada. Quero poder revezar e conseguir ouvir outra coisa antes de 2010.
edit: É tão boa que eu até fui uppar pra colocar aqui. Se quiser ficar cagado, .


* eu adoro quando ela pega as gírias travestis. E eu tô doente de fato, mas é só uma somatizadinha.

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3.5.07

how far is ohio?

She stands on the sidewalk just waving at taxis
Like horses in parades in passing
I ask where she's headed, she tells me:
'Ohio, I've not seen my mother in ages
It's been a long time, a real long time.'



Três coisas que eu odeio. Ir ao banco, ir ao supermercado e ir ao médico. As duas primeiras coisas porque envolvem dinheiro e a terceira, por envolver saúde. Que são coisas que eu não tenho. Então qualquer coisa relacionada a dinheiro ou a saúde é passaporte pra ataques de pânico, pressão baixa e vontade de chorar. Mas enfim. Eu tava no banco outro dia, numa fila gigante. Uma menina de uns 11 anos tava chorando na fila, grudada na perna da mãe. E a mãe não falava nada, só fazia carinho na filha. Aí um senhor sentou e falou pra menina parar de chorar, que ele é que tinha que chorar porque tinha quase 80 anos. Que quando ela ficar velha, aí sim vai ter motivo pra chorar. Eu queria falar alguma coisa, porque a menina claramente não tava bem. E eu não tô projetando. O senhor começou a puxar conversa com todo mundo na fila. Eu já comecei a imaginar a cena, se ele pedisse a minha opinião. Eu não seria grossa, mas acho que ele não ia gostar de ouvir o que eu tinha pra falar. O senhor disse que a menina nunca deveria chorar muito, pra sempre guardar lágrimas pra ter depois (e ao mesmo tempo, falou que o passado já passou, o que pra mim foi contraditório). Tipo ensinando tudo errado.
Até que um rapaz falou pro senhor que chegar perto dos 80 não era motivo pra chorar, já que não é todo mundo que vive tanto. O senhor ficou quieto um tempo e mudou de assunto. Ficou falando sozinho que, quando tá numa multidão, ele gosta de ficar só observando. Eu quase perguntei pra ele quantas pessoas eu precisava arrebanhar pra configurar uma multidão e ele ficar só observando. Eu vou pro inferno, eu sei, mas ele não era um senhor fofo.
...
Eu ando pensando muito nessas coisas de velhice e infância e doença e morte e tal. Culpa do Cocorosie e da situação com os meus avós. Claro que não concluí nada e provavelmente nunca vou. Eu só sei que eu ando amaldiçoando a minha curiosidade seletiva (que, graças a jesuscristosuperstar, tá diminuindo consideravelmente), a minha tímida porém constante esperança, a minha capacidade completamente alucinatória de manter algumas coisas vivas, a instabilidade da minha adolescência tardia, a minha mania incurável de me deslumbrar com tudo e com todos, a minha necessidade de me afirmar a todo instante, a minha incapacidade de lidar com tudo que eu sinto por quem eu gosto (e a ansiedade que isso me traz), a urgência de sentir tudo até o último fio de cabelo, a falta de habilidade pra conseguir adiar uma coisa que me parece predestinada pelo simples fato de ser predestinada (e, justamente por achar que é predestinada, achar que posso dançar e sapatear em cima como se fosse inquebrável). Queria muito conseguir dormir, já ter um rumo na vida, sabendo se existe ou não amor que resiste a tudo ou predestinação. Acordar com uns 80 anos sabendo que tudo que deveria ter acontecido, já aconteceu. Não que os idosos não tenham nada do que eu descrevi como meu, ali em cima. Não é porque ficou velho que acabou ou que a sabedoria chegou, eu sei disso. Eu só quero tranqülidade, noites de sono, estabilidade, paz. Eu não quero mais tanta possibilidade na vida, eu não quero ser relativamente inteligente (mas quero ser bonita, será que rola?), não quero ser totalmente e ridiculamente vulnerável a uma voz só, um toque só, uma pessoa só, isso é estupidez. Não quero ter vontade de tirar foto de arco-íris como se fosse criança, não quero poder ir atrás de ser quem eu quiser ser. Eu quero ser e isso me bastar. E quero que o tempo passe. Porque não tá passando.

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2.5.07

now i've had the time of my life

Foi incrível a quantidade de merda que aconteceu durante a semana do meu aniversário. Ainda bem que ninguém deixou isso acabar com as comemorações, porque foi tudo. O jantar, o show, as pessoas, tudo. Fez valer a pena a semana do cão que eu tive. A Joooaaaaaannnnaaa (da banda) resumiu (ök???//) bem quando o show tava pra começar. Tocou essa música e ela disse que se o mundo acabasse ali, naquela hora, seria a última música que a gente ouviria e que isso seria totalmente cabível.
O show foi uma coisa bem 'eu amo todo mundo', bem do tipo que eu gosto. Mas falo mais sobre o show depois. Eu queria mesmo é perguntar como é possível a gente ver uma pessoa duas ou três vezes na vida e gostar tanto? Tanto aquelas que a gente fala por msn com freqüência quanto aquelas mais afastadas. Tudo bem que eu não odeio quase ninguém (odeio uns poucos e bons, se vocês querem saber), mas é tanta gente incrível que eu não sei de onde saiu.
E mal aê, mas a Jooooaaaannnnnaaaa ama a minha mãe.
...
A previsibilidade de algumas pessoas me irrita e me afasta. Talvez por eu mesma ser extremamente previsível. Ainda bem que existem aqueles que me surpreendem positivamente e restauram a minha fé na humanidade.

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